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Sucessos e surpresas do verão de 2015

L.S.
11 set 2015 15:32
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Este artigo tem mais de 9 anos
  • Como se define um sucesso comercial? A acreditar numa das piadas mais populares no mundo do cinema, isso não existe. nenhum filme em Hollywood tem lucro por causa da "contabilidade criativa" usada pelos estúdios. Nas contas que se fazem não se trata apenas de comparar o orçamento estimado e as receitas: é preciso adicionar os custos com a promoção. E não faltam entidades a ter direito ter uma percentagem para além dos estúdios e salas de cinema. Mas é mais ou menos aceite que um estúdio só "começa" a ver o retorno do seu investimento quando um filme faz três vezes nas bilheteiras o seu orçamento. Os filmes que se seguem são considerados os grandes sucessos do verão de 2015.
  • Ao contrário da FOX, que apresentou novas e apressadas versões de "Quarteto Fantástico" e "Hitman", a Universal levou quase 15 anos a aparecer com um novo "Parque jurássico" depois do terceiro filme ter frustrado expectativas em 2001. O público estava mais do que pronto para regressar a um mundo em que os dinossauros eram ressuscitados. Foi o filme incontornável do verão: rendeu quase 648 milhões de dólares nos EUA (apenas tem "Avatar" à frente na lista dos maiores sucessos) e mil milhões nos resto do mundo. Em Portugal, passou os 328 mil espectadores.
  • Desde "Velozes e Furiosos" (o quarto) que as receitas da saga têm sido sempre a subir, principalmente a nível internacional, mas a morte de Paul Walker teve um impacto muito significativo para ficar até à frente de "Vingadores: A Era de Ultron" nas bilheteiras. Está agora num patamar tão elevado que o oitavo filme, previsto para 2017, se tornou um desafio colossal. Em Portugal, tornou-se o quarto filme mais visto de sempre: 832 mil espectadores.
  • Um sucesso menor do que o do filme de 2012, mas ainda assim o suficiente para ser o terceiro maior sucesso da temporada, o que compensa "Homem-Formiga" não se ter tornado uma surpresa nas bilheteiras como foi "Os Guardiões da Galáxia" o ano passado. Em Portugal, onde os filmes sobre super-heróis não correm tão bem como noutros países, o primeiro ficou-se pelos 260 mil espectadores e o segundo 117 mil.
  • Um fenómeno com a garantia de que vamos ter sequelas nos próximos anos. O fascínio pelas criaturas amarelas foi tal que roubou a "Inside Out", da Pixar, o título da animação mais popular do verão (em Portugal alcançou o segundo lugar dos mais vistos de sempre, apenas atrás de "Avatar": mais de 902 mil espectadores).
  • Para o estúdio, Warner Bros., foi uma das poucas apostas comerciais que não fracassaram. Mas é um caso curioso: foi dos filmes mais elogiados este verão, pela crítica e espectadores, mas apesar disso as receitas ficaram abaixo de outros títulos do género (em Portugal, ficou-se apenas por uns razoáveis 140 mil espectadores) e o estúdio hesita em avançar para a sequela. Mas pode ser que isso mude rapidamente: as vendas do novo "Mad Max" em Blu-ray nas últimas semanas nos EUA têm sido estratosféricas (tipo 10 para 1 em relação ao segundo título mais vendido), mostrando que ainda tem muito para render, o que justifica a entrada neste balanço.
  • A Pixar ficou sem o título de maior animação do verão a que a está habituada por causa dos "Mínimos", mas tem uma consolação: para além do sucesso mundial (439 mil espectadores no nosso país, o que é muito bom), o filme representou um regresso a uma forma criativa que não se via desde "Toy Story 3" em 2010. Nesta fase, o Óscar na categoria é seu.
  • A comédia do verão não foi nem "Spy" nem "Ted 2": esse troféu pertence a "Descarrilada", um grande fenómeno nos EUA, mas que, sem surpresa, não se traduziu a nível internacional, apesar dos esforços de marketing. Ainda assim, para o realizador Judd Apatow, este foi um sucesso muito agradável depois da desilusão comercial dos últimos filmes, mas ainda mais importante foi que a comédia americana ganhou uma nova estrela cinematográfica: Amy Schumer. 133 milhões de dólares de receitas contra um investimento de apenas 35. Em Portugal, passou sem impacto: 48 mil espectadores.
  • Não tinha estrelas, não era uma sequela, parecia destinado a um nicho de mercado, mas a dramatização da ascensão e queda do grupo rap N.W.A, não é apenas a maior surpresa comercial do verão, mas de 2015. Com um orçamento de 28 milhões, as receitas já ultrapassaram os 170. A dúvida é se passa as fronteiras... a estreia continua a não estar prevista em Portugal.
  • Tom Cruise é uma das poucas estrelas vencedoras deste verão (convenhamos que Chris Pratt não foi a grande razão para tanta gente ir ver "Mundo Jurássico). E bem que ele precisava de um sucesso depois "No Limite do Amanhã" lutar para chegar aos 100 milhões de dólares nos EUA e a indústria começar a ter dúvidas sobre o seu poder comercial. Com mais de 500 milhões a nível mundial e a disparar na China, não admira que a sequela venha já em 2017. Em Portugal, já vai nos 300 mil espectadores
  • Outra estrela com razões para sorrir: Dwayne "The Rock" Johnson levou este filme-catástrofe, que parece mas não é uma sequela, aos 470 milhões de dólares a nível mundial, contra uns relativamente modestos, para o género, 110 de orçamento. Modesto também o impacto em Portugal: 127 mil bilhetes vendidos.
  • Um dos filmes de 2015 que está a tornar o produtor Jason Blum o nome a reter em Hollywood no cinema de terror. Este filme de terror de baixo orçamento custou 100 mil dólares e arrecadou 38 milhões em todo o mundo, o que o torna, bem vistos os números, o título mais rentável deste verão. Permanece inédito em Portugal.
  • Não foi o sucesso arrasador que provavelmente esperavam os envolvidos, mas o novo filme de Paul Feig com Melissa McCarthy foi uma das poucas não-sequelas que se destacou esta temporada. E ao contrário de "Descarrilada", também foi abraçado pelas pessoas fora dos EUA. Tem uma longa vida garantida em vídeo. Em Portugal, passou os 116 mil espectadores.
  • Um sucesso arrasador nos EUA (maior do que o de "Mad Max", que estreou na mesma semana), triplicando as receitas do primeiro filme, o que garantiu a rápida aprovação de mais uma sequela. Mas ainda que tenha duplicado as receitas fora de fronteiras, continua a ser um fenómeno essencialmente americano. Em Portugal, por exemplo, foi um fracasso colossal: nem vendeu 25 mil bilhetes.
  • Outra produção de terror de Jason Blum que correu muito bem, ainda que tenha descido bastante em relação ao que conseguiu o segundo filme com Patrick Wilson e Rose Byrne. Mas não deixa de ser um investimento com retorno incrível: custou 10 milhões e rendeu mais de 10 vezes isso a nível mundial. Sem tradução em Portugal: não chegou aos 25 mil espectadores.
 
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