Malu Ezipato é uma das fãs que visitou a exposição patente na cidade brasileira São Paulo e consigo tinha o autógrafo do ídolo tatuado no tornozelo, no colo um escapulário com o seu nome e no pulso um relógio com o seu rosto.

"Sou fã de Elvis desde os nove anos de idade", afirmou à AFP a bancária que secava as lágrimas nos corredores da exposição "The Elvis Experience".

"Para além da sua música, da sua voz maravilhosa e do seu rosto, Elvis Presley era boa pessoa, generoso e ajudava toda a gente. Ele inspira-me para ser uma pessoa melhor", acrescenta a mulher de 44 anos, que disse ter transformado um quarto da sua casa num "santuário" dedicado ao seu ídolo, apesar dos ciúmes do marido.

A exposição está aberta desde quarta-feira, 5 de setembro, e conta com um espaço de 1.200 metros quadrados situado no estacionamento de um centro comercial de São Paulo. 5 de novembro é o dia do seu encerramento.

A viúva do rei do rock n'roll Priscila Presley, que assistiu ao lançamento da exposição, garante ter "lembranças maravilhosas" da sua vida em Graceland, onde Elvis viveu durante duas décadas até morrer com 42 anos de idade, em 1977. "Nesta exposição pode-se sentir o espírito de Elvis", assegurou Priscilla, vestida de vermelho dos pés à cabeça.

Jack Soden, presidente da Elvis Presley Enterprises, que administra o património do cantor, explicou à AFP o porquê de o Brasil ter sido escolhido como o primeiro destino internacional para o evento. "Estávamos muito interessados no Brasil porque sabemos que Elvis tem muitos fãs aqui. O Brasil é um país de quase 200 milhões de habitantes e os brasileiros são fãs muito ativos na página do Elvis no Facebook", destacou. "Depois vamos analisar a possibilidade de levar a exposição para outros países", acrescentou.

O incentivador da mostra em São Paulo, que entrou em contato com Soden após uma visita a Graceland, foi o produtor brasileiro Rafael Reisman, que pensou em montar no Brasil uma exposição que incluísse também muitos outros itens que continuam guardados em Graceland. "Montar uma exposição não foi fácil. Temos de ver os resultados, analisar se é financeiramente viável e, caso seja, tentar levar a outros lugares", destacou. De acordo com Reisman, o custo de trazer a mostra para o Brasil foi de 5 milhões de dólares.

Na exposição estão dois dos seus muitos carros desportivos, o seu uniforme do serviço militar, fotos, um antigo telemóvel, sapatos, cheques, jóias e os extravagantes trajes com mangas compridas que usou nos anos 1970, os últimos de uma carreira que começou em meados da década de 1950.

Também figura entre os itens uma cópia do seu contrato inicial com o coronel Tom Parker, o seu empresário, os primeiros acordos com a gravadora RCA, assim como uma toalha de mesa onde Elvis selou um acordo para realizar espetáculos durante cinco anos em Las Vegas, peça que nunca tinha sido exibida. Uma televisão com um tiro no visor dado pelo próprio Elvis chamava a atenção de dezenas de visitantes e uma grande parede branca e lápis para escrever uma frase fechava a mostra. "Elvis, love me tender", lê-se numa mensagem escrita na parede, citando a famosa canção de uma das maiores vozes do século XX.

Texto @SAPO com AFP / Foto @Lusa