
Visivelmente emocionado e sem conter as lágrimas, Mário Laginha sublinhou que, além dos trabalhos que fizeram em conjunto, ambos continuavam a ter projetos em comum. «É uma coisa estúpida de todo», concluiu Mário Laginha.
O corpo de Bernardo Sassetti foi encontrado quinta-feira pela Polícia Marítima na zona do Abano, no Guincho. Segundo fonte próxima da família, o músico terá morrido acidentalmente quando fazia fotografia, na zona de Cascais, nos arredores de Lisboa.
Bernardo Sassetti tinha cancelado, recentemente, vários concertos alegando motivos de saúde e estava a preparar um livro de fotografia.
Considerado um dos mais criativos pianistas da sua geração, Bernardo Sassetti nasceu em Lisboa a 24 de junho de 1970. Bisneto do antigo Presidente da República Sidónio Pais, era casado com a atriz Beatriz Batarda, com quem tinha duas filhas. Começou a estudar piano aos nove anos, tem formação clássica, mas foi no jazz que fez caminho, influenciado por Bill Evans e Keith Jarrett.
O percurso, feito desde os 18 anos, quando começou a tocar com Carlos Martins e com o Moreiras Quartet, foi transversal na música portuguesa, tendo trabalhado com músicos de jazz, de fado, de pop rock e hip hop. Entre os últimos registos do pianista contam-se «Carlos do Carmo - Bernardo Sassetti», uma participação no disco «Mútuo Consentimento», de Sérgio Godinho, e «3 Pianos», com Mário Laginha e Pedro Burmester.
O pianista tinha uma particular paixão pela imagem e pelo cinema. Sassetti trabalhou com realizadores portugueses e estrangeiros e compôs para filmes como «Alice», de Marco Martins, «A costa dos murmúrios», de Margarida Cardoso, e «Um amor de perdição», de Mário Barroso, entre outros.
@Lusa
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