Na segunda-feira, pelas 09h00, é realizado o "ato simbólico" de colocar cravos nas duas estátuas do músico, junto ao edifício da Cooperativa e ao Pavilhão Municipal José Afonso, indicou hoje à agência Lusa o coordenador do núcleo de Grândola da Associação José Afonso (AJA), José Ramos.
A iniciativa é cumprida por "um grupo de companheiros" há vários anos, na data do falecimento do artista, mas, desde a criação do núcleo da AJA na vila do litoral alentejano, em 2011, começou a ser "mais organizada", explicou o responsável.
Além do evento "Cravos para o Zeca", o acontecimento é celebrado com um concerto de canção de Coimbra, no dia 28 deste mês, às 16h00, no Cineteatro Grandolense.
No espetáculo, vão ser interpretadas, pelo Grupo Coral Vozes de Grândola e pelo Grupo de Guitarra e Canto de Coimbra do Centro Cultural e Regional de Santarém, canções "que marcaram" a geração que conviveu com José Afonso em Coimbra, em meados do século passado.
Com o concerto, intitulado "O outro lado do Zeca", a AJA pretende dar a conhecer "a época em que tudo começou", referiu José Ramos.
José Afonso está intimamente ligado à vila alentejana devido ao tema "Grândola, vila morena", poema que escreveu após uma atuação na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense (SMFOG), também conhecida por Música Velha, a 17 de maio de 1964.
Poucos dias depois, era lido, pela primeira vez, na sede da Música Velha, o texto dedicado a Grândola, que o município considera o "hino" do concelho.
A primeira versão de "Grândola, vila morena" sofreria algumas alterações, até que, em 1971, já sob a forma de canção, com arranjos musicais de José Mário Branco, foi integrada no álbum "Cantigas do Maio".
A 25 de abril de 1974, o tema viria a ser a segunda senha utilizada na Revolução dos Cravos.
José Afonso nasceu em Aveiro, a 2 de agosto de 1929, e faleceu em Setúbal, a 23 de fevereiro de 1987, com 57 anos de idade, vítima de esclerose lateral amiotrófica.
@Lusa
Comentários