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Palco Principal - Os Dogma formaram-se no início de 2007 e, dois anos depois, já contam com um EP editado, com diversas actuações por todo o país e com um single de sucesso, escolhido, inclusive, para integrar a banda sonora da série juvenil "Morangos com Açúcar". Confessem: qual a fórmula do êxito instantâneo?

Dogma - Muita vontade, muito empenho e dedicação, e - importantíssimo - trabalho árduo. Essencialmente, foi esta a fórmula que originou o êxito que temos vindo a conquistar. Somos incansáveis, até porque não temos qualquer pessoa, que não nós os quatro, a zelar pelos nossos interesses enquanto banda. Como tal, ensaiamos bastante, investimos muito tempo no nosso projecto e nas nossas carreiras. A essas disposições, alia-se, obviamente, o prazer que sentimos em fazer o que fazemos e, não menos importante, a maturidade com que conduzimos, actualmente, o nosso trabalho, que nos faz tomar decisões mais coerentes, mais acertadas. Afinal, todos contamos já com alguns anos de experiência, não nos Dogma, mas noutros projectos que encabeçámos anteriormente.

PP - Descoberta a fórmula, fica por desvendar a origem e a história dos dogma"¦

D - Os Dogma surgem de forma bastante natural, quase que imediata. Todos nós já tínhamos tido - como foi referido - experiências anteriores em bandas e, por intermédio do Migas, o guitarrista, e perante uma série de ideais e interesses que eram comuns aos quatro, decidimos arriscar num novo projecto. Levada a cabo a nossa primeira actuação e realizada a nossa primeira maqueta, logo nos apercebemos da nossa consonância, da nossa harmonia - harmonia que obteve, igualmente, imediatos feedbacks positivos da parte do pessoal que nos rodeava.

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PP - Neste momento, algum dos elementos mantém projectos paralelos ou todos se dedicam, de corpo e alma, aos Dogma?

D - Desde a criação do projecto, que todos nós nos encontramos a 100% nos Dogma, sem quaisquer participações noutras bandas ou trabalhos a solo.

PP - A nível sonoro, é comum a identificação dos Dogma com os já extintos Ornatos Violeta. Quais são, na verdade, as vossas principais influências?

D - O rock/grunge norte-americano dos anos 90 é, definitivamente, a nossa principal influência, o nosso universo comum. Revemo-nos bastante em nomes como Pearl Jam, Alice in Chains, Stone Temple Pilots ou Smashing Pumpkins, ou seja, em toda uma sonoridade que nos acompanhou na adolescência - uma fase, como sabem, em que tudo - não exceptuando, claro está, a música - é vivido com grande intensidade. Podemos, contudo, apontar alguns artistas mais recentes, dos quais se destacam Muse e Franz Ferdinand. De resto, denotam-se na nossa música ligeiras alusões a Red Hot Chillie Peppers ou Artic Monkeys - sonoridades diferentes, que nos chegam através do membro mais novo da banda, o baixista Pedro.

PP - Á semelhança do que acontece com muitas das bandas citadas, também os Dogma pretendem, com as letras que incorporam as vossas músicas, veicular alguma mensagem especial?

Rodrigo Barbosa - Mais do que passar uma mensagem, as letras dos Dogma pretendem retratar momentos decisivos de uma vida: impasses aos quais temos que dar continuidade, tomadas de consciência, discussões"¦ Enfim, situações limite. São essas que me motivam a escrever, é nelas que me baseio e inspiro.

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PP - Foi, também, uma situação limite que vos levou a lançar o EP "Segredo" de forma independente?

D - Nem por isso. A decisão que levou à edição independente do EP prende-se com uma necessidade própria da banda, não propriamente com uma eventual falta de alternativas. Na realidade, foi uma decisão muito espontânea, diria até orgânica, impulsionada pela rapidez da nossa ascensão, pela velocidade a que o nosso projecto fluiu, e assente na convicção do potencial e da qualidade da banda.

PP - Também foi, com certeza, a convicção no potencial e na qualidade da banda que vos levou a disponibilizar os vossos temas na Internet, de forma gratuita. Fariam, hoje, semelhante opção?

D - Sem dúvida. Aliás, essa foi, também, uma decisão imediata. Todos tínhamos consciência que era fundamental divulgar a nossa música e o nosso projecto de forma rápida e directa, sem interpor quaisquer barreiras entre nós e o público. Qualquer valor que pedíssemos pelo nosso primeiro trabalho poderia ser demasiado. E, de facto, não estamos nada arrependidos de termos tomado essa opção. Perante o panorama actual, concluímos ser difícil ter apostado em melhor processo de promoção.

PP - Ficaram adeptos, portanto, das redes sociais construídas nos mesmos moldes do Palco Principal?

D - Sim, todo o fenómeno das redes sociais foi crucial para os Dogma, na medida em que surtiu resultados imediatos, quase automáticos, e - note-se - de longo alcance. Actualmente, ferramentas como o Palco são instrumentos indispensáveis, que nenhum artista, na nossa posição, pode negligenciar. No entanto, apesar de se revelarem uma grande ajuda, não deixam de implicar determinado nível de qualidade. Pelo contrário: perante tamanha competitividade online, só se distinguem os que têm, efectivamente, qualidade.

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PP - Em 2009, que pode o Palco Principal esperar dos Dogma?

D - Ao que tudo indica, poderá esperar um CD. É essa, pelo menos, a nossa vontade. Já reunimos bastante material, muita música nova e estamos confiantes que o 3º ou o 4º trimestre de 2009 se vão revelar uma excelente altura para as pormos cá fora.

PP - Perante o sucesso comprovado do vosso projecto e das vossas resoluções, que dica dariam aos vossos colegas do Palco, que se encontram numa fase ainda prematura da carreira?

D - Quer encarem a música como um hobby, quer a encarem profissionalmente, encontrem os companheiros ideais para trabalharem: é essencial a boa comunicação entre elementos de uma banda. Não descuidem, também a organização e distribuição de tarefas e, como não poderia deixar de ser, o empenho: ensaiem com regularidade e dêem sempre o vosso melhor!

Sara Novais