Palco Principal - No ano passadoactuaram no palcosecundário do festival Delta Tejo. Este anoserão responsáveis pela aberturado palco principal, no último dia do certame. Qual a sensação de terem sido «promovidos»?

Demo - O palco é, de facto,maior (risos). No ano passado, as coisas correram muito bem. Foi um concerto muito bom porque estávamos com o disco fresquinho e queríamos tocá-lo em festivais. A mais-valia de este ano tocarmos no palco principal é, principalmente, a troca de experiências, aqui nos camarins, com os artistas que estão em cartaz.

PP – Preferem tocar em festivais ou em auditórios?

D– Embora sejamsituaçõesdiferentes,as duasacabam por se complementar.

PP -Estrearam-se no panorama musical em2004 com o álbum "B.I.". No ano passado, lançaram o vosso terceiro álbum de originais. Como vêem o evoluir da vossa carreira?

New Max – Foi uma «escadinha». Como qualquer banda que tenta fazer uma carreira, fomos tendo a sorte (e o trabalho) de conseguir alcançar objectivos cada vez mais altos, até que chegámos a este ponto. Estamos a promover o nosso terceiro disco e está tudo a correr muito bem. Temos muitos concertos agendados, está a ser um ano muito bom para nós. Não nos podemos queixar.

D - Para muitas pessoas, só aparecemos agora!

PP – Na vossa opinião, a que se deve este reconhecimento «tardio» por parte de algumas pessoas?

D - O primeiro disco é sempre o primeiro. O segundo é, para mim, o mais difícil, na medida em que é o afirmar do nosso nome enquanto banda. Neste terceiro tentámos apostar num som mais robusto. Nós acreditamos mais nesta «onda», e, verdade seja dita, não se fazia nada assim em Portugal. Então, acho que foi esse o nosso grande trunfo, que permitiu que muitas pessoas, que ainda não nos conheciam, nos passassem a conhecer. Claro que o Globo de Ouro que conquistámos também ajudou...

PP - Conquistaram o Globo de Ouro com o single O Amor é Mágico. Que significado teve essa vitória para os Expensive Soul?

NM - O Globo de Ouro foi muito importante, na medida que todo o disco foi produzido de forma independente, sem nenhuma editora por trás. Fomos a primeira banda independente a ganhar um Globo de Ouro e isso diz muita coisa.O Globo de Ouro era, aliás,um objectivo que tínhamos, porque, até agora, só se conseguia chegar a este patamar com o apoio de uma editora.Espero que ofacto de o termos ganho venha provar a outras bandas em início de carreira que é possível, ainda que demore mais tempo, alcançar o merecido reconhecimento, mesmo sem editora.

PP - Podemos falar de uma mudança de «mentalidade» por parte dos meios de comunicação?

D - Sim, penso que sim. É bom verificar que televisões e rádios já não estão tão dependentes das editoras. Hoje em dia, começam a valorizar as bandas pela música que produzem, pelo seu mérito.

PP - Têm, ao longo dos anos, mantido colaborações com outros artistas e grupos de grande renome no panorama musical português, como os Da Weasel ou os GNR. Estas colaborações foram determinantes para o impacto entretanto gerado?

NM – Sim, ajudaram. Aliás, também fazem parte da tal «escadinha» que referimos, ajudaram-nos a abrir portas. Agora somos nós que, eventualmente, podemos ajudar a abrir portas para outros.

D - Somos todos irmãos. E é uma irmandade que vai para além da música. Para mim, faz todo o sentido fazer música e partilhá-la com pessoas com quem te identifiques.

PP – Querem deixar alguma mensagem aos vossos fãs e leitores do Palco Principal?

NM – Vamos estar no Festival Marés Vivas no dia 15 de Julho e vai ser um concerto bestial. O alinhamentodeverá serum pouco diferente do habitual, mas igualmente bom.

D – Penso que é importante salientar que a música portuguesa está, neste momento, em alta. Cada vez surgem mais projectos. O que é nacional é bom!!!

Texto: Ana Cláudia Silva

Fotografia: Pedro Maia