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O diretor do Festival EDP Paredes de Coura, João Carvalho, considera que o histórico certame de música alternativa, a celebrar a sua 20.ª edição de 13 a 17 de agosto, “está a ser premiado pela sua coerência”. O responsável anunciou, em declarações à Agência Lusa, que as vendas antecipadas estão “cerca de sete por cento acima dos valores do ano anterior”, o que lhe parece justificado pelo “carisma e culto que Paredes de Coura tem junto do público que gosta de música”. “É, provavelmente, o festival com o público mais fiel, com mais confiança no produto e que compra sem serem conhecidas as bandas. Já tínhamos centenas de bilhetes vendidos antes de ser conhecido o programa”, afirmou João Carvalho. As razões do sucesso e da procura em 20 anos de concertos nas margens do rio Coura têm na ausência dos chamados grandes cabeças de cartaz uma justificação pouco ortodoxa, mas devidamente comprovada: “Sim, tem sido esse o negócio de Coura”. “Quando me perguntam quais foram as melhores edições, falo sempre da mítica edição 2005, com todos aqueles nomes sonantes [Pixies, Nick Cave, Foo Fighters, Arcade Fire, The National…], mas também da do ano passado, que apenas tinha os Pulp como os mais populares e foi uma das mais concorridas de sempre”, referiu. Foi também, segundo João Carvalho, “o mais calmo de sempre. Não é normal um festival de música ter zero queixas na GNR e dois ou tês casos na Cruz Vermelha”. “Paredes de Coura é para quem gosta de música. Parece pouco simpático para os restantes festivais, mas há os outros e depois há Paredes de Coura, que é um festival para melómanos”, considerou. Tudo começou em 1993, com bandas portuguesas fora dos grandes mercados discográficos e radiofónicos que marcavam a era, tendo subido ao palco Ecos da Cave, Gangrena e Cosmic City Blues. Até hoje, são inúmeras as bandas, nacionais e internacionais, que passaram pelo Festival de Coura antes do reconhecimento mais generalizado das várias audiências: “Há, no programa deste ano, grandes pérolas, grupos que voltarão a Portugal noutros festivais”. A crise instalada, refere João Carvalho, pode até beneficiar o festival, embora os apoios financeiros tenham diminuído: “Tivemos menos dinheiro da Câmara Municipal e, quando se faz um festival onde se contam os tostões e que depende da bilheteira, qualquer corte faz mossa”. “Estamos a gastar mais do que no ano passado, mas não estávamos a contar. Há sempre alterações de última hora e só conseguimos fechar o programa há poucos dias”, diz o responsável. Mas João Carvalho tem argumentos a favor do que considera vantajoso no evento: “Paredes de Coura é mais do que um festival. As pessoas podem passar aqui férias”. @Lusa<
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