Até 22 de julho, pelo Auditório de Espinho e outros espaços desse concelho do distrito de Aveiro passarão ainda Ian Bostridge, Christian Lindberg e propostas específicas de dois cartazes complementares, nomeadamente o Festival Júnior, vocacionado para o público infantojuvenil, e o “Périplo”, que se estreia este ano com miniconcertos extras, de 45 minutos cada, em locais públicos da cidade.
Alexandre Santos é um dos programadores da 49.ª edição do evento e revela à Lusa: “O FIME trará a palco seis orquestras, concertos a solo e música de câmara e jazz, envolvendo em todas as suas rubricas mais de 500 intérpretes, em espetáculos que se realizam em diversos locais da cidade”.
O certame arranca com a Orquestra Gulbenkian e o pianista David Fray, que assumirá também a direção musical de um concerto com obras “contrastantes” do Barroco e do Classicismo vienense, compostas por Bach e Mozart.
Depois, a 24 de junho, o palco será da Real Câmara, com o contratenor Alois Mühlbacher e o cravista Bertrand Cuiller, que, com obras de Händel, Porpora e outros, interpretarão diferentes árias evocativas do período do século XVIII em que “os ‘castrati’ dominaram o grande espetáculo europeu”.
Segue-se, a 30 de junho, o trombonista Christian Lindberg com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, num concerto com o Romantismo de Mendelssohn e Mussorgsky, e arranjos especiais para a obra de piano “Quadros de uma exposição”.
A 1 de julho o protagonismo passa para Edmar Castañeda e a Orquestra de Jazz de Espinho, com o harpista colombiano, reputado como “virtuoso e improvisador”, a interpretar as suas composições mais recentes junto ao mar, na esplanada da Baía, na Rua 4.
No dia seguinte, o FIME apresenta o violinista Fabio Biondi, que dará a ouvir obras canónicas de Bach.
Já no dia 7, o foco será para o grupo de música ‘a cappella’ The King’s Singers, cuja abordagem humorística vai desta vez evocar o centenário do nascimento do vanguardista húngaro György Ligeti, combinando em “Nonsense Madrigals” (expressão traduzível por “Madrigais sem sentido”) personagens de Lewis Carroll com obras renascentistas e canções conhecidas do grande público.
Outros três concertos previstos são os da Camerata Bern com o violinista Ilya Gringolts, a 9 de julho, com obras de Mendelssohn, Max Bruch, Mieczysław Weinberg, Grażyna Bacewicz e Gabrielle Brunner; do tenor Ian Bostridge com o pianista Luís Duarte, que no dia 16 irão explorar a obra “Winterreise” de Schübert; e, na mesma data, a “Serena Serenata”, produzida pelo coletivo “Ópera Isto” especialmente para o público infantil e juvenil.
O fim-de-semana de 17 e 18 de junho, por sua vez, fica reservado para os miniconcertos de “Périplo”, para os quais estão convidados artistas como António Victorino d’Almeida, Vera Morais, Hristo Goleminov, a banda África Negra e o Eva Fernández Trio. Uma capela e a escadaria da praia da Baía são alguns dos palcos escolhidos para a estreia deste cartaz complementar.
Também no dia 17, mas já na sala do Auditório de Espinho, irá ouvir-se Stanley Clarke, vencedor de quatro prémios Grammy pela sua discografia de jazz-funk. O americano atuará com um grupo de músicos que assegurarão ao concerto a sonoridade de uma ‘big band’, acrescentando ao género que o celebrizou também rock, R&B, hip-hop e influências musicais eletrónicas.
O festival prossegue a 21 com o trio de Michael Wollny, pianista alemão que apresentará os temas que reuniu no álbum “Ghosts” a partir de obras de autores como Gershwin, Nick Cave, David Sylvian, Schubert, Duke Ellington e os Timber Timbre.
Com concertos a preços dos zero aos 15 euros, o 49.º FIME integra ainda uma oficina por Christian Lindberg e uma exposição de pintura e escultura por Meireles de Pinho, encerrando a 22 de julho com um concerto gratuito na praça da Câmara Municipal, onde a Orquestra Clássica de Espinho será conduzida numa homenagem a George Gershwin pelo pianista, organista e maestro Wayne Marshall.
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