Em janeiro do ano passado, o edifício que acolhe aquele que é o mais antigo clube europeu de jazz em atividade foi interditado por ordem camarária justificada por questões estruturais do imóvel.
Desde então, os responsáveis do clube têm estado “a lutar e a conversar com a Câmara [Municipal de Lisboa (CML)] no sentido de viabilizar uma solução para o edifício onde o Hot Clube está neste momento, que é o edifício que está interditado”, disse Pedro Moreira, em declarações à Lusa.
De acordo com o presidente do Hot Clube, as conversas com a autarquia “têm sido muito produtivas, muito úteis”, no entanto “é sempre um processo lento, que envolve sempre alguma burocracia”.
“Estou mesmo convencido que está para muito breve podermos dizer alguma coisa em relação a isso. E depois, claro, vamos ter que fazer um período de obras. Estaremos sempre a falar de estarmos mais um período fechados, porque é preciso uma obra que ainda não começou”, disse.
Pedro Moreira conta que as obras durem, “infelizmente, vários meses, talvez um ano, espera-se que menos”.
“Eu quero ver a luz ao fundo do túnel, quero soluções claras, não só em relação à estabilidade da situação do Hot Clube naquele espaço, que até agora era algo precária – sempre de boa-fé e com ótima colaboração por parte da CML, mas não era uma situação definitiva”, afirmou.
Embora esteja encerrado há cerca de um ano, o Hot Clube tem “feito muitas atividades em parceria, em produções exteriores”.
“Fizemos muita coisa, de muita qualidade, de músicos muito conhecidos e muito consagrados, mas também com os nossos jovens, os alunos da escola”, acrescentou Pedro Moreira.
Embora espere “uma solução em breve para o clube”, a ideia é “continuar com essa rede de parcerias, para ir para a cidade, porque o Hot Clube pertence à cidade, pertence ao país”.
O Hot Clube de Portugal funcionou na Praça da Alegria desde a sua fundação, primeiro no n.º 39, edifício que ardeu em 2009, tendo depois passado para o n.º 48, na mesma rua.
O mais antigo clube europeu de jazz em atividade foi fundado oficialmente em 19 de março de 1948, quando Luiz Villas-Boas, melómano e seu fundador, preencheu a ficha de sócio número um - ficha que se mantém no património da instituição.
A par do clube e da Escola de Jazz Luiz Villas-Boas, a funcionar no edifício da Metropolitana, também em Lisboa, parte do trabalho do ‘Hot’ passa ainda pelo núcleo museológico, assente sobretudo no espólio deixado pelo fundador, que morreu em 1999.
Comentários