Em declarações à Lusa, Miguel Capucho afirmou-se “um fadista que não gosta de ser artista”, justificando assim a sua ausência dos grandes palcos, a solo. “De repente, dei-me conta que é raro apresentar-me sozinho, tenho participado em espetáculos com outros fadistas que admiro, mas nunca tinha feito um sozinho", disse. "Adoro a intimidade da casa de fados e, para mim, o fado é isso, mas reconheço que um dia tinha de fazer um espetáculo num espaço maior", rematou.

Miguel Capucho afirmou que tem pautado a sua carreira de “uma forma séria, honesta e com a máxima entrega”. Referindo-se ao espetáculo no sábado, às 21:00, no CCB, Miguel Capucho afirmou que irá “contar” a sua história desde os primeiros fados, que cantou “fortemente influenciado por Nuno da Câmara Pereira, Carlos Zel e João Braga”, aos que canta atualmente, e em que é “mais exigente quanto aos conteúdos poéticos”, escolhendo autores como Manuel Andrade, António Calem e Pedro Homem de Mello.

O espetáculo, intitulado “Fado Vivido”, insere-se no ciclo “Há Fado no Cais”, uma parceria entre o CCB e o Museu do Fado, no qual o fadista será acompanhado por Mário Pacheco, na guitarra portuguesa, Pedro Pinhal, na viola, e Francisco Gaspar, no contrabaixo.

Miguel Capucho, 38 anos, estreou-se a cantar precisamente no CCB, como convidado de João Braga, em 1993. Anteriormente apresentara-se na Grande Noite do Fado, realizado pela Casa da Imprensa no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

O seu primeiro CD, “Alma Nova", editado em 1994, foi gravado com Rodrigo Costa Félix e Maria Ana Bobone. Atualmente o fadista faz parte do cartaz do Clube do Fado, no bairro lisboeta de Alfama.

Em termos discográficos, Miguel Capucho que está a pensar num novo álbum, tendo já participado em várias coletâneas como “Novas Vozes do Fado” (2004) e “Em Nome do fado” (1994), de João Braga.

Da carreira de Miguel Capucho destaca-se o projeto de experimentação de novas sonoridades com o Moscow Piano Quartet, ao qual se juntou também a guitarra portuguesa.

O fadista tem atuado além-fronteiras, nomeadamente na I Semana da Cultura Portuguesa em Goa, na Índia, em França, Itália e nos Estados Unidos.

Segundo o site do Museu do Fado, “Miguel Capucho é uma das vozes de referência do fado”.

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