A edição de 2023 do festival arrancou esta quinta-feira, dia 6 de julho. Na primeira noite do festival, os Red Hot Chili Peppers roubaram todas as atenções e deram aquilo que os fãs esperavam: um alinhamento repleto de sucessos.

Às 23h30 em ponto, a banda californiana subiu ao palco NOS e foi recebida em euforia pelas mais de 55 mil pessoas que encheram o Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras. Para aquecer os fãs, Anthony Kiedis e Flea apostaram num grande solo de guitarras e bateria e aqueceram as vozes com “Can't Stop”, do álbum “By the Way” (2002).

Nos primeiros acordes, os festivaleiros soltaram as vozes e não só: copos de cerveja voaram pelo ar e pequenos moches multiplicaram-se nas primeiras filas - era só o início da festa e (quase) todos os grandes sucessos ainda estavam para chegar.

No alinhamento seguiu-se “Universally Speaking”, que abriu estrada para o primeiro grande momento de comunhão entre o público e a banda: ao quarto tema, os Red Hot Chili Peppers atiraram com toda a energia “Dani California” e os fãs cantaram a uma só voz todos os versos da canção do disco “Stadium Arcadium”, de 2006.

O concerto ainda ia na primeira parte e uma certeza absoluta: os Red Hot Chili Peppers podem-se orgulhar da longa e fiel relação com o público português. E, no NOS Alive, a banda voltou a provar que está em forma e que sabe quais são as cartadas que devem ser jogadas em palco.

Os californianos seguiram viagem a toda a velocidade e sem grandes conversas. Um ou outro ‘obrigado’ pelo meio das canções porque o público queria era mesmo celebrar os grandes êxitos.

Seguiram-se "Aquatic Mouth Dance", "Suck My Kiss", "Soul to Squeeze" e "Right on Time" (com uma introdução de "London Calling", dos The Clash). Entre temas mais ou menos conhecidos entre todas as gerações, os norte-americanos estiveram sempre comandando a multidão e confessaram o encanto pela Lua Minguante, que iluminava o horizonte do recinto do festival.

créditos: Artur Cabral

Num cenário perfeito, como descreveu o grupo, continuou a dar banda sonora aos fãs com "Dreamboy/Dreamgirl", "Tell Me Baby" e "The Heavy Wing", que abriram terreno para o grande momento da noite - como seria de esperar, “Californication” foi o ponto alto do concerto e ninguém ficou de fora da festa. Entre smartphones no ar, saltos e gritos, os festivaleiros celebraram com toda a energia o clássico dos Red Hot Chili Peppers.

No meio da multidão, um pequeno grupo de amigos temia que o momento “Californication” não chegasse. “Às vezes, não cantam as mais conhecidas”, atirou um fã. “Vão cantar e a noite de sábado vai ficar por tua conta”, respondeu o amigo (e saiu vitorioso da aposta improvisada).

E como continuar depois de “Californication”? Para muitos, seria esta canção ideal para fechar a noite. Mas os ‘Red Hot’ ainda tinham mais trunfos guardados - e é sempre impossível resumir uma carreira tão longa e repleta de singles em pouco mais de uma hora e meia.

A aposta para o início do fim foi "What Is Soul?" e "Black Summer", sempre com euforia. Antes do primeiro 'adeus', os californianos agarraram a multidão com "By The Way".

créditos: Artur Cabral

Mas ninguém tinha vontade de ir para casa. “Ainda falta aquela…”, comentou um festivaleiro. Não sabemos qual é “aquela canção”, mas o encore não desiludiu e garantiu um final em festa com "Under the Bridge" e "Give It Away".

Ao longo de mais de uma hora e meia, os Red Hot Chili Peppers voltaram a provar que são sempre uma aposta certeira em qualquer festival, em qualquer parte do mundo. Sem grandes conversas, Anthony Kiedis, Flea e companhia estão sempre ao leme da multidão com energia e os grandes sucessos são o grande segredo (e não é preciso mais).

Além dos Red Hot Chili Peppers, o primeiro dia do NOS Alive contou com um celebrado concerto dos The Black Keys. Repetentes em Algés, ao longo de 16 canções, os norte-americanos viajou pela sua carreira - "I Got Mine", "Your Touch" e "Tighten Up" abriram o concerto, num alinhamento que contou, por exemplo, com "Next Girl", "Weight of Love", "Howlin' for You", "Gold on the Ceiling" ou "Little Black Submarines".

Apesar de a banda californiana ter mais ‘adeptos’ no NOS Alive, o duo de Dan Auerbach, Patrick Carney conseguiu agarrar o público. “Lonely Boy”, canção mais esperada chegou no final, e garantiu um ‘adeus’ em clima de festa.

Mais cedo, à hora do pôr do sol, os The Driver Era subiram ao palco NOS e animaram os milhares de festivaleiros. Como seria de esperar, "Afterglow" e "Malibu" foram os temas que mais contagiaram o público e garantiram um fim de tarde fofinho.

Jacob Collier, Men I Trust, Spoon, Ibibio Sound Machine, Nídia, Throes + The Shine, Homem em Catarse, Club Makumba, Ana Lua Caiano e Beatriz Felício também se destacaram no primeiro dia do NOS Alive.

Naquela que é a 15.ª edição do evento, a decorrer entre quinta-feira e sábado, são esperadas “165 mil pessoas”, 55 mil por dia, porque “neste momento só há bilhetes para sábado, mas está quase a esgotar”, afirmou.

Nos próximos dias, festival apresenta como alguns dos principais cabeças de cartaz Arctic Monkeys, Sam Smith, Queens of the Stone Age, Lil Nas X, Lizzo e The Black Keys.

Alinhamento do concerto dos Red Hot Chili Peppers:

Intro Jam
Can't Stop
Universally Speaking
Dani California
Aquatic Mouth Dance
Suck My Kiss
Soul to Squeeze
Right on Time
These Are the Ways
Dreamboy/Dreamgirl (versão Cynthia & Johnny O)
Tell Me Baby
The Heavy Wing
Californication
What Is Soul? (versão Funkadelic)
Black Summer
By the Way
Encore:
Under the Bridge
Give It Away