Foram muitos os que quiseram dar uma espreitadela no espetáculo. Temas como Não Voltarei a Ser Fiel ou Fala-me de Amor – poderíamos destacar tantos mais… - continuam bem presentes na memória de muitos, tal o estatuto de hino que conquistaram, e poder ouvi-los ao vivo e a cores, em formato quase acústico, numa das raras aparições da banda pelo Porto, foi mais do que convincente para as dezenas de pessoas que escolheram o antigo Mercado Ferreira Borges para passar o serão.
Tela, do último álbum dos Santos e Pecadores, “Energia”, deu o pontapé de saída para o espetáculo, que continuou ao som de Não Voltarei a Ser Fiel, interpretado lado a lado com a plateia, rendida, de cartazes na mão, num registo emocionado.
Entre canções, surgiam os momentos de partilha, onde os feitos da banda eram recordados e explicados. É óbvia e forte a amizade que une todos os membros. Uma peça chave para o que alcançaram, garantem, um a um, à medida que lhes é passado o microfone, para recordarem histórias de sempre com fãs de sempre.
Faz-me Voar ou Procura o teu Destino, do álbum “Voar”, de 1999, chegaram com sentidos elogios à língua materna e com os agradecimentos da praxe, que contemplaram, não só os fãs, como a equipa técnica, os produtores, e os pares. “Viva à Música Portuguesa”, ouviu-se, em alto e bom som, bem antes de uma ovação de pé por parte do público.
Fala-me de Amor irrompe de seguida, com público e banda a revezarem-se no refrão. O tema marca também a mudança rítmica do concerto, que adotou, nos seus últimos minutos, uma postura mais eletrónica, mais dançante.
Leva-me a Dançar levou os Santos e Pecadores para outras pistas – leia-se, backstage -, para mais tarde voltarem – o adeus curto e azedo pré-encore já não convence ninguém –ao som de Tela, que tão bem abriu como fechou o serão, desta feita mais enérgica, extrovertida.
Texto: José Aguiar
Fotografias: Filipa Oliveira
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