Em comunicado, a Parques de Sintra-Monte da Lua (PSML), que gere o palácio, realça o contributo “incontornável” destes três compositores, cujo tricentenário do nascimento se comemora no próximo ano.

O italiano Niccolo Jommelli, o alemão Chistoph Willibald Gluck e o português Pedro António Avondano nasceram em 1714 e, segundo a PSML, “a importância destas figuras, no destino da música europeia é incontornável e serviu para o desenvolvimento do estilo clássico de nomes como Mozart e Haydn”.

O concerto, na quarta-feira, às 21:30, na sala do trono do Palácio de Queluz, nos arredores de Lisboa, “antecipa o trabalho” que a soprano inglesa e a orquestra vão encetar “durante 2014, para celebrar os 300 anos do nascimento destas importantes figuras da música do século XVIII”.

“Este trabalho – adianta o comunicado da PSML - inclui a gravação de uma recolha de obras-primas ligadas a Portugal, com o intuito de informar o público sobre este importante período da História da música, contextualizando a música setecentista portuguesa naquele que foi o seu momento mais glorioso”.

O projeto inclui “a revisão crítica das partituras”, pelo recém-criado Centro de Estudos Setecentistas em Portugal, com sede no palácio, e cujo trabalho deverá ser publicado pela editora AvA (partituras), consolidade com a gravação, pela Dynamic, de um CD que terá distribuição mundial.

“Jommelli, Gluck e Avondano viveram uma vida tumultuosa e brilhante, plena de audácia e criatividade, num período em que a linguagem da arte musical sofreu uma transformação radical”, tendo os três compositores, em comum, “uma forte ligação artística com Portugal”.

Deborah York já trabalhou o ano passado com a Divino Sospiro, que é dirigida pelo maestro e violetista italiano Massimo Mazzeo, radicado em Portugal.

A soprano de 48 anos atua regularmente na Ópera Estadual de Munique, na Alemanha e no Festival de Ópera de Glyndebourne, no Reino Unido.

Deborah York trabalhou com o Coro Monteverdi e os Solistas Barrocos Ingleses, do britânico John Eliot Gardiner, com o Concerto Italiano, de Rinaldo Alessandrini, e a Orquestra Barroca de Amesterdão, de Ton Koopman, entre outros maestros e formações.

A soprano fez parte da "Peregrinação Bach", de John Eliot Gardiner, que conduziu à gravação das quase de 200 cantatas sacras do mestre de Leipzig, e da gravação integral das obras vocais/corais de Johann Sebastian Bach, empreendidas pelo regente e cravista holandês Ton Koopman.

Recentemente, Deborah York estreou-se com a Filarmónica de Berlim, sob a direção de Claudio Abbado, na interpretação de "Sonho de uma noite de verão", de Mendelssohn.

A Divino Sospiro foi fundada em 2003, tendo já atuado, entre outros espaços nacionais, no Centro Cultural de Belém, na Fundação Calouste Gulbenkian e no Teatro Nacional de São Carlos. Colaborou com a Companhia Nacional de Bailado, na coreografia "Perda precisosa", estreada em 2012.

A orquestra atua regularmente, desde a sua fundação, em diversos festivais internacionais, entre os quais se destacam as Folles Journées de Nantes, em França, e em Tóquio, no Japão, o Festival de Varna, na Bulgária, o Fevereiro Lírico, em San Lorenzo de L’Escorial, em Espanha, e o Mozartiana Festival, em Gdansk, na Polónia. Participou mais do que uma vez no Festival de Ambronnay, em França, onde, em 2005, fez a estreia moderna de obras de Francisco António de Almeida e de Pedro António Avondano.

Os maestros italianos Rinaldo Alessandrini e Chiara Banchini, além de Enrico Onofri, que assumiu a sua direção artística pouco depois da criação, o violoncelista e regente francês Christophe Coin, as pianistas Katia and Marielle Labeque, e as cantoras Gemma Bertagnolli e Maria Cristina Kiehr são alguns dos músicos internacionais com as quais trabalhou a Divino Sospiro.

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