Um concerto do veterano baterista sueco Sven-Ake Johnasson com o produtor alemão Jan Jelinek, o ressurgimento de “uma das maiores promessas” do jazz, a americana Lakecia Benjamin, os encontros entre os “veneráveis” William Parker e Mark Sanders com o português Luís Vicente e entre a dinamarquesa Lotte Anker, com quatro décadas de carreira, com o baterista Gabriel Ferrandini são algumas das propostas de um festival que se propõe a “tomar o pulso” ao jazz atual, anunciou hoje a organização.

De 6 a 21 de outubro, em diferentes espaços de Coimbra, será possível assistir a concertos que assumem “a diversidade de abordagens que marcam a atualidade do jazz”, uma das premissas "fundamentais” da programação do festival, afirmou o Jazz ao Centro Clube (JACC), em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

Na sua 21.ª edição, haverá “propostas de várias geografias que permitem tomar o pulso à realidade atual desta música”, ao mesmo tempo que será possível imaginar o seu futuro, salientou o diretor do JACC, José Miguel Pereira, citado na nota de imprensa.

O festival, que é coproduzido pela Câmara de Coimbra, arranca a 06 de outubro com um dos vários encontros previstos, juntando no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV) o baterista sueco de 80 anos Sven-Ake Johansson com o produtor e DJ alemão Jan Jelinek, que exploram um “terreno comum” entre os ritmos produzidos pelo humano e pela máquina.

A 7 de outubro, atua o sexteto de música experimental LANTANA, que lançou o seu álbum de estreia em 2022, e, no dia seguinte, será a vez da saxofonista Lakecia Benjamin, acompanhada de banda, numa altura em que a americana regressa aos palcos depois de ter estado envolvida num grave acidente há dois anos, em que sofreu uma fratura do maxilar.

“Tudo levava a crer que estávamos perante mais uma história de uma carreira de sucesso interrompida por circunstâncias trágicas, mas o que aconteceu nos meses seguintes, com uma dolorosa mas completa recuperação, foi de tal forma extraordinário que levou a que Lakecia Benjamin intitulasse de 'Phoenix' o seu quarto disco, lançado em janeiro de 2023”, realçou o JACC, salientando que esse mesmo disco figurará, “muito provavelmente, nos lugares cimeiros nas listas de 'melhores do ano' de grande parte da imprensa especializada".

Já a 15 de outubro, haverá um encontro entre “um dos mais surpreendentes instrumentistas do jazz português atual”, o trompetista Luís Vicente, e “duas figuras incontornáveis da história recente do jazz”, o baterista Mark Sanders e o contrabaixista William Parker, que trabalhou com Cecil Taylor durante mais de uma década.

O festival terminará a 21 de outubro, no Centro de Artes Visuais, num concerto que vai juntar a dinamarquesa Lotte Anker e o português Gabriel Ferrandini, que vão estar antes numa residência artística a convite do Teatro do Bairro Alto em Lisboa.

O quinteto Chão Maior, em que figuram, entre outros, Norberto Lobo e Ricardo Martins, o sexteto AXES, liderado pelo músico João Mortágua e Per Zanussi, acompanhado da ensemble de 11 músicos Vestnorske Jazzensemble, são alguns dos outros nomes que irão passar pelo festival.

Para além dos concertos, haverá uma programação dedicada ao público infantil, com o espetáculo “O Jazz é Fixe” e os estudantes do curso de jazz do Conservatório de Música de Coimbra irão apresentar o seu trabalho no contexto do festival.

Os bilhetes custam entre seis e 15 euros.