A série "Borgen", que pode ser vista na Netflix, voltou a dar que falar depois de Donald Trump ter anunciado que queria comprar a Gronelândia. Em entrevista à Reuters, o criador do drama político dinamarquês, Adam Price, defendeu que o desejo do presidente norte-americano é "absurdo" e que dificulta a vida aos argumentistas de ficção.

"Quando a realidade se torna absurda, como acho que aconteceu nas últimas semanas, quando falamos sobre a situação atual da Gronelândia e as exigências de Trump, o que podemos escrever?", questionou o criador de "Borgen". "Se tivesse apresentado isto como uma nova temporada de 'Borgen', penso que a maioria das pessoas diria, há cinco ou dez anos, que eu estava completamente fora de mim e que tinha perdido a noção da realidade", acrescentou.

Na última temporada de "Borgen", estreada em 2022 e disponível na Netflix, Adam Price antecipou o foco internacional sobre a Gronelândia, que é disputada entre a Dinamarca, a Rússia, a China e os Estados Unidos. As alterações climáticas e a descoberta de petróleo no território são alguns dos motores narrativos dos últimos episódios, que não passa ao lado da pandemia nem de tensões com a Rússia.

Estreada no canal dinamarquês DR em 2010, a série manteve-se no ar entre 2010 e 2013, chegou a Portugal através da RTP2 e foi posteriormente exibida pela SIC Radical.

Apesar de ter sido um sucesso de crítica e de público dentro e fora de portas, a saga política parecia ter dito adeus com a terceira temporada, até que, em 2022, a Netflix propôs uma parceira ao canal DR para a retomar.

"Borgen" começou por acompanhar a candidatura da protagonista, Birgitte Nyborg (Sidse Babett Knudsen), ao governo, e mais tarde a sua rotina já como primeira-ministra.

Na última temporada, Nyborg é ministra dos negócios estrangeiros da Dinamarca e Katrine Fønsmark (Birgitte Hjort Sorensen), que tinha sido sua assessora de imprensa, está de volta ao jornalismo, liderando uma estação de televisão nacional.