
[AVISO: ARTIGO COM SPOILERS]
"Adolescência" chegou à Netflix na passada quinta-feira, 13 de março, e conta a história de como a realidade de uma família é virada do avesso quando Jamie Miller (Owen Cooper), de 13 anos, é detido pelo homicídio de uma adolescente que frequenta a mesma escola que ele. Stephen Graham interpreta o papel do pai de Jamie e 'adulto modelo', Eddie Miller.
No fim de semana de estreia, a minissérie, que volta a juntar o ator Stephen Graham e o realizador Philip Barantini, que já tinham colaborado na longa-metragem "Ponto de Ebulição", chegou ao primeiro lugar do top diário do serviço de streaming em todo o mundo.
Nos primeiros minutos de "Adolescência", a morte da jovem Katie é confirmada. No entanto, Stephen Graham explica que, no início do primeiro episódio, o público é levado a acreditar que Jamie, de 13 anos, nunca poderia ser o responsável. "Queríamos que o público estivesse do lado de Jamie e pensasse: ‘Meu Deus, esta detenção é terrível. Não há hipótese de ele ter feito isto'", explica o ator, que veste a pele do pai, e produtor executivo ao Tudum, site da Netflix.
No episódio, depois de verificarem o álibi e a roupa de Jamie, os detetives mostram-lhe imagens de videovigilância. "Queríamos que o público sentisse o mesmo que o Eddie ao ver a gravação e ao perceber o que o filho fez”, diz o protagonista.
Veja o trailer:
Segundo a Netflix, a equipa de "Adolescência" sempre quis que os espectadores soubessem quem matou Katie. "Queríamos dar ao público certeza para depois questionar: ‘E agora? Como é que isto vai evoluir?’", explica o argumentista Jack Thorne, revelando que se inspirou no livro "Cries Unheard: Why Children Kill", de Gitta Sereny, que detalha a vida (e os crimes) de Mary Bell, uma rapariga britânica de 11 anos condenada por dois homicídios.
"Contar uma história com um 'porquê?’ em vez de um 'quem foi?’ permite-nos explorar outras questões”, acrescenta o criador. "Questões como: 'O que se passa com os nossos rapazes adolescentes?’ Phil, Stephen e eu analisámos a masculinidade — refletindo sobre nós próprios como homens, os tipos de pais, companheiros e amigos que somos, e questionando com intensidade quem somos como pessoas", revela Jack Thorne.
E, para a equipa, a minissérie só poderia chegar a essas respostas se o foco não fosse a resolução do caso. "Os episódios 2 e 3 investigam o 'porquê' das ações de Jamie. Descobrimos que vários factores contribuíram para o crime, incluindo a sua falta de autoestima, a perceção de ser vítima de bullying na escola e o acesso à propaganda online incel. Quando Katie acusa Jamie publicamente de ser um incel no Instagram, ele sente-se humilhado. O esfaqueamento acontece pouco depois", resume o Tudum.
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