Donald Trump decidiu abandonar o sindicato dos atores dos Estados Unidos (SAG-AFTRA), a que pertencia desde 1989 e tinha iniciado um processo disciplinar contra si que podia levar à expulsão por causa da insurreição contra o Capitólio em Washington.

Na carta dirigida à presidente da organização Gabrielle Carteris (conhecida pela série juvenil dos anos 1990 "Beverly Hills 90210") na hora da despedida, o antigo presidente dos EUA e apresentador de longa data do famoso "reality show" "The Apprentice" foi fiel ao seu estilo nas redes sociais e puxou do currículo de sucesso e audiências.

"Embora não esteja familiarizado com o seu trabalho, tenho muito orgulho do meu em filmes como 'Sozinho em Casa 2', 'Zoolander' e "Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme; e programas de TV, incluindo "O Príncipe de Bel-Air', 'Saturday Night Live' e, claro, um dos programas de maior sucesso da história da televisão, 'The Apprentice' - para mencionar apenas alguns!", começa a carta.

"Também ajudei muito o negócio dos canais de notícias por cabo (que se dizia ser uma plataforma em extinção, sem muito tempo de vida até me ter envolvido na política) e criei milhares de empregos em canais como MSDNC [um trocadilho entre MSNBC e DNC, iniciais do comité nacional do Partido Democrata] e Fake News CNN [CNN Notícias Falsas], entre muitos outros", continua.

Referindo-se à recente ação judicial promovida por 10 membros do SAG-AFTRA em resposta às polémicas alterações no plano de saúde anunciadas em agosto do ano passado, Trump continua: "A vossa organização fez pouco pelos seus membros e nada por mim - além de cobrar taxas e promover políticas e ideias não americanas perigosas - como é evidente pelas vossas enormes taxas de desemprego e ações judiciais de atores famosos, que até gravaram um vídeo a perguntar 'Porque é que o sindicato não está a lutar por mim?'"

"No entanto, estas são fracassos de política. Os seus fracassos disciplinares são ainda mais flagrantes. Não desejo mais estar associado ao seu sindicato [...] Não fizeram nada por mim", conclui.

Mais curta foi a resposta no comunicado de Gabrielle Carteris e do diretor-executivo David White: "Obrigado".

A CARTA.

A 19 de janeiro, a organização anunciou que votara "esmagadoramente" a favor da abertura de um processo por violação da Constituição por Trump, ligado ao ataque perpetuado pelos seus apoiantes a 6 de janeiro, com o objetivo de examinar o seu envolvimento nesses eventos.

“Donald Trump atacou os valores que este sindicato tem entre os mais sagrados: democracia, verdade, respeito pelos nossos concidadãos de todas as raças e religiões e a sacrossanta liberdade de imprensa”, afirmou na altura Gabrielle Carteris.

O comité disciplinar também iria estudar a "perigosa campanha de desinformação destinada a desacreditar e, em última instância, ameaçar a segurança dos jornalistas".

Os 160 mil membros do SAG-AFTRA incluem atores, mas também um grande número de profissionais dos meios audiovisuais nas mais diversas áreas.

Se fosse condenado, Trump corria o risco de multa, suspensão e até expulsão do SAG-AFTRA, que geralmente oferece aos seus associados alguns benefícios, como reforma e acesso a determinados filmes antes de seu lançamento.

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