O escândalo cresce na Alemanha esta sexta-feira (26) envolvendo o argumentista e realizador de cinema e televisão Dieter Wedel, suspeito de assediar e violar várias atrizes, depois de mais um depoimento ter surgido no dia anterior.
Numa reportagem publicada em duas partes pela revista Die Zeit, várias mulheres fizeram acusações que vão do assédio sexual à violação contra Wedel, desconhecido em Portugal mas que na Alemanha tem uma carreira com quase 50 anos, principalmente em produções para a televisão.
"Se as acusações contra Wedel forem verdadeiras - e podemos supor que são, devido à sua clareza, número e densidade dos testemunhos contra ele -, Wedel é a personificação de tudo o que denuncia o movimento #Metoo ['Eu também', em português]" contra abusos sexuais, afirma o jornal Süddeutsche Zeitung num editorial publicado esta sexta.
"Wedel seria então o Harvey Weinstein alemão", acrescentou o jornal, referindo-se ao produtor de cinema americano acusado por mais de 100 mulheres de assédio, agressão sexual ou violação num período de mais de 20 anos.
Dieter Wedel, de 75 anos, negou firmemente as primeiras acusações publicadas pelo Die Zeit no início de janeiro, afirmando ser vítima de uma "caça às bruxas".
Ele não reagiu ao depoimento de quinta-feira, no qual uma atriz descreve uma tentativa de violação que teria ocorrido em 1980.
Na segunda-feira, o seu porta-voz disse que o realizador estava internado por problemas cardíacos.
Se for confirmada, a maioria dos casos já terá prescrito. Ainda assim, o tribunal de Munique abriu uma investigação sobre uma acusação de violação que teria acontecido num hotel dessa cidade em 1996.
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