Em vários locais do mundo, esta é a semana do jamaicano mais famoso, mais do que o velocista Usain Bolt, multicampeão olímpico e mundial. A semana do “rei do reggae” que morreu de cancro, aos 36 anos, a 11 de maio de 1981, em Miami, nos Estados Unidos, talvez pela sua paixão pelo futebol.
Através das músicas e do movimento rastafári, que abraçou e impulsionou, falou do povo negro jamaicano e dos problemas de África, sendo hoje, pelo continente, um dos grandes ícones. Camisolas com a sua cara são das mais vistas em muitos países de África e, segundo dados divulgados pela imprensa, Bob Marley é dos músicos mortos que mais dinheiro gera, a par de Michael Jackson e Elvis Presley.
O cantor foi, e é, fonte de inspiração para novos artistas, com mais de 200 milhões de discos espalhados pelo mundo. Na sua página oficial na internet, lembra-se que o álbum “Exodus”, de 1977, foi considerado o álbum do século pela revista Time, e que a canção “One Love”, a música do milénio, pela BBC.
Nunca ganhou um Grammy (o maior prémio do mercado discográfico) mas, em 2001, recebeu postumamente o Grammy Lifetime Achievement Award e, desde 2006, há em Brooklyn, Nova Iorque, uma avenida Bob Marley.
Tudo começou 6 de fevereiro de 1945, em Nine Miles, no centro da Jamaica, onde hoje está o mausoléu Bob Marley. Com a mãe iria depois para os subúrbios de Kingston, onde brincava aos músicos com o filho do padrasto, Bunny Wailer, e, anos mais tarde, os dois, com Peter Tosh, iriam criar o grupo The Wailing Wailers (em 1962).
Casou-se quatro anos depois, trabalhou nos Estados Unidos, regressou a casa, viajou para a Europa e voltou de novo a casa em 1972 para, aí sim, fazer o início de uma carreira fulgurante. Em 1975, aleijou-se num dedo do pé, quando jogava futebol. A banda lançou êxitos mundiais, ainda hoje ouvidos e cantados.
Da sua história de vida fica ainda uma tentativa de assassinato e a saída da Jamaica, de novo, os anos de ouro e a ascensão de um ativista, de um músico que, em 1980, juntou 100 mil pessoas em Milão e que cantou na cerimónia da independência do Zimbábue.
No mesmo ano (1980) começou a receber os primeiros tratamentos contra o cancro que o venceu no ano seguinte, quando ia de novo a caminho de casa. A relação com o acidente no dedo do pé, que terá levado a um melanoma, é sempre feita.
Deixou músicas como “No woman, no cry”, “Could you be loved”, “One Love”, “Jamming”, “Get up, stand up”, “Is this love” ou “Redemption song” e morreu num hospital em Miami, agarrando a mão da mãe.
Nessa mesma cidade, no fim de semana, Bunny Wailer, 69 anos, o seu companheiro de brincadeira e de música, cancelou um concerto por motivos de saúde. Depois de ter, com Bob Marley, levado o reggae a todo o planeta, fez 30 discos a solo e ganhou três Grammy.
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