Tal como prometido na entrevista no "Jornal das 8", da TVI, Cristina Ferreira lançou este fim de semana uma petição para levar o debate em torno do ódio e da agressão gratuita na internet e redes sociais à Assembleia da República.

"Esta iniciativa surge no âmbito da publicação do livro 'Pra Cima de Puta', que, tendo sido lançado há pouco mais de uma semana, vai já na terceira edição. Cristina Ferreira anunciou também que doará os direitos de autor – tal como tinha feito já com o livro anterior, 'Falar (Inglês) é Fácil– a entidades dedicadas a este problema", frisa a editora Contraponto em comunicado.

A petição está disponível online (ver aqui) e conta "com um texto introdutório da própria peticionária, Cristina Ferreira". "A internet trouxe possibilidades extraordinárias, das quais eu e muitos de nós, publicamente ou em privado, beneficiamos. Mas é ainda um território sem lei. Discursos de ódio multiplicam-se exponencialmente nas redes sociais e nas caixas de comentários das notícias (e de textos que em nada cumprem o que se ensina nos cursos de jornalismo). A maldade grassa, o fel destila. A maledicência, a ignomínia e a mentira atingem níveis de tal modo avassaladores que as próprias redes sociais procuram limitar intervenções potencialmente perigosas de políticos e utilizadores com grande visibilidade", frisa a apresentadora.

A editora lembra que, para ser levada a discussão na Assembleia da República, uma petição necessita de quatro mil assinaturas. Esta segunda-feira, dia 30 de novembro, a petição contava já com mais de 38 mil assinaturas.

"Com um título provocatório e com conteúdo verdadeiramente chocante, este novo livro de Cristina Ferreira é um convite da autora ao debate, à discussão pública da violência gratuita na Internet e nas redes sociais e respetivas consequências", resume a Contraponto

A editora sublinha ainda que "o livro inclui uma forte – e potencialmente perturbadora – componente gráfica a acompanhar o texto de Cristina Ferreira". "E também alguns contributos: um prefácio do escritor Valter Hugo Mãe e textos, em capítulo próprio, da jurista Dulce Rocha, da filósofa Joana Rita Sousa, do médico psiquiatra Júlio Machado Vaz, da socióloga Maria José da Silveira Núncio e do médico pedopsiquiatra Pedro Strecht", acrescenta o comunicado.