Segundo disse à Lusa fonte ligada ao projeto, nos últimos seis meses, o "Video Lucem" apresentou um filme mudo por mês em seis igrejas algarvias, sempre musicado ao vivo por diferentes artistas, ultrapassando os 800 espectadores, na sua maioria portugueses.
A iniciativa retira-se em maio das igrejas e passa a projeção do último filme, exibido pela primeira vez em 1922, para o farol de Vila Real de Santo António, estabelecido em 1923, com uma banda sonora criada ao vivo por Tó Trips e Pedro Gonçalves.
Segundo nota da organização, o filme "Os Faroleiros", ou "O Faroleiro da Torre de Bugio", de Maurice Mariaud, é "um dos mais importantes" realizados em Portugal na época do mudo, e era considerado desaparecido até à descoberta uma cópia nos anos de 1990.
Trata-se de um drama-documentário de que o realizador também foi argumentista e intérprete centrado num triângulo amoroso, numa comunidade de pescadores, "cujo conflito culmina num farol isolado do litoral", acrescenta.
A iniciativa "Video Lucem", cujo nome em latim significa “Vejo a Luz”, foi criada no ano passado pelo Cineclube de Faro, com o apoio da Diocese do Algarve e do programa “365 Algarve”, que dinamiza espetáculos culturais durante a época baixa.
Com início em novembro, o projeto exibiu filmes mudos musicados ao vivo em Faro, Loulé, Alcoutim, Tavira, Ferragudo e Silves.
Fundado em 1952, o Cineclube de Faro é o cineclube português com mais tempo de atividade ininterrupta, continuidade que lhe valeu, em 2003, a atribuição do estatuto de Instituição de Utilidade Pública.
O programa cultural “365 Algarve”, que decorre desde maio, compreende um total de 525 apresentações de música, dança, teatro, circo contemporâneo, cinema, artes visuais, literatura, gastronomia e animação de património, nos 16 concelhos da região.
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