A convite da Direção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas (DGLAB), Mariana Rio desenhou uma ilustração dedicada à efeméride, tendo em conta que este é um ano difícil para quem faz, vende e lê livros, por causa da pandemia da COVID-19.
Mariana Rio retratou duas pessoas a conversarem e, numa espécie de radiografia ao corpo, percebe-se que também são feitos de livros.
“Eu queria que cada um fizesse a sua interpretação da imagem, mas para mim é a ideia de que a constituição das pessoas também é feita de livros”, explicou a ilustradora à agência Lusa.
Como milhares de portugueses, Mariana Rio, de 34 anos, a viver no Porto, está em casa há mais de um mês, em isolamento social por causa da COVID-19, e tem passado os dias a trabalhar no atelier e a dar aulas online.
Com dois projetos de livros ilustrados em mãos, um para Portugal e outro para o Peru, Mariana Rio admite que tem vivido períodos de “muita ansiedade”.
“Estou a trabalhar em projetos que já tinha iniciado e que implicam pesquisas, mas assusta-me cada vez que abro a caixa do email, porque há um vazio enorme em termos de propostas de trabalho futuro. Habitualmente tenho trabalho em vários países, portanto, quando me faltava em Portugal tinha de outros lados, e de repente aconteceu este problema global”, afirmou.
Com o atelier a funcionar em casa, Mariana Rio diz que é aí que concentra energias: “É um escape, onde consigo esquecer o que está a acontecer”.
E é a partir de casa que Mariana Rio dá aulas a alunos da Escola Superior de Artes e Design, em Matosinhos.
Mariana Rio, formada em Design Gráfico e Design de Comunicação, já foi premiada em Portugal, Estados Unidos e Coreia do Sul pelo trabalho como ilustradora.
“A construção do mundo”, de Fábio Monteiro, “Vamos descobrir a Biblioteca Nacional”, de Luísa Ducla Soares, e “A casa-a da doutora Farnsworth”, de Joana Couceiro, e que lhe valeu uma menção no Prémio Nacional de Ilustração, são alguns dos livros já ilustrados por Mariana Rio.
O Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor foi celebrado pela primeira vez 1996, por decisão da UNESCO, assinalando-se sempre a 23 de abril.
Comentários