“Duas Personagens” (1973) é uma das peças tardias do dramaturgo norte-americano Tennessee Williams (1911-1983) e a sua primeira versão surgiu no contexto da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos da América.

Na versão encenada e interpretada por Carla Galvão e Sara de Castro, que se estreia hoje, duas atrizes têm de fazer um espetáculo sozinhas.

As atrizes criam, fazem a dramaturgia, decidem as luzes, a música, o cenário e os figurinos. Não para fazerem uma “apologia da centralidade da função do ator em detrimento de todas as outras”, mas como “uma experiência de sobrevivência, revelando que o coletivo continua a ser a base fundamental do teatro – tal como a comunidade é a base da sociedade”, lê-se na sinopse da peça no programa desta edição do festival.

“Duas Personagens” serve para as duas atrizes questionarem que teatro se faz e para que serve depois de se ter sobrevivido a uma crise pandémica que encerrou as salas de espetáculos durante meses, referiram as atrizes na apresentação do programa do festival.

Produzido pela Dentro do covil, a peça tem tradução de Diana V. Almeida e criação, direção artística e interpretação de Carla Galvão e Sara de Castro.

A peça teve consultoria dramatúrgica de Ana Pais e Ana Tamen e acompanhamento artístico de Rui M. Silva e Luna Rebelo. A conceção plástica é de Eric da Costa, a luz de Teresa Antunes e o som de Sérgio Milhano e Duarte Moreira.

“Duas Personagens” vai estar em cena no Teatro-Estúdio António Assunção até dia 14, com apresentações de hoje a domingo, às 20h30. Sábado e domingo terá também sessões às 15h00. Nos dias 12, 13 e 14 será representada às 20h30.

Iniciado na sexta-feira, o 38.º Festival de Almada decorre até dia 25 e conta com 21 produções, num total de 108 sessões.

O certame, que tem como anfitrião a Companhia de Teatro de Almada (CTA), celebra o 50.º aniversário, decorrendo em sete teatros de Almada e Lisboa: Teatro Municipal Joaquim Benite, Fórum Romeu Correia, Incrível Almadense, Academia Almadense, Teatro-Estúdio António assunção (Almada) e no Centro Cultural de Belém e Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa).