O prémio Hans Christian Andersen, batizado com o nome do escritor dinamarquês, foi criado em 1956 pelo Conselho Internacional sobre Literatura para os Jovens (IBBY), e é considerado o mais prestigiante na literatura infanto-juvenil.

Eiko Kadono, atualmente com 83 anos, começou a publicar na década de 1970 no Japão, depois de ter vivido uma temporada no Brasil, onde escreveu "Brazil and my friend Luizinho".

Entre os mais de vinte títulos publicados, o mais conhecido é "Kiki: A aprendiz de feiticeira", lançado em 1985, que deu início a vários volumes de histórias e que foi adaptado poucos anos depois para um filme de animação pelo realizador japonês Hayao Miyazaki.

"Apesar de ter viajado pelo mundo, as histórias dele estão profundamente enraizadas no Japão. As personagens femininas são autodeterminadas e empreendedoras (...). São perfeitas para os tempos atuais em que procuramos, nos livros, raparigas e mulheres que nos possam inspirar e alegrar com o que fazem", afirmou o júri do prémio.

Na vertente de ilustração, o prémio foi atribuído ao autor russo Igor Oleynikov, 65 anos, que começou por trabalhar em cinema de animação antes de se dedicar à ilustração e ao design.

Para o júri do Hans Christian Andersen, Igor Oleynikov é "um mestre da composição", capaz de dar vida a "um extraordiário elenco de personagens, de jovens rapazes e raparigas a bruxas e gigantes", inspirado num vocabulário visual de tradição russa.

O anúncio dos vencedores do Hans Christian Andersen, um na área da ilustração e outro na de escrita, foi feito na Feira do Livro Infantil de Bolonha, que decorre em Itália.

Considerado um prémio de carreira para autores e ilustradores, o Hans Christian Andersen é atribuído a cada dois anos, tendo distinguido autores como Maurice Sendak, David Almond, Tommi Ungerer, Ana Maria Machado, Anthony Browne e Roger Mello.