O "rei" morreu de ataque cardíaco aos 42 anos. Os boatos falavam em overdose e um dos seus seguranças descreveu um Elvis "drogado e paranóico", numa entrevista gravada poucas horas antes da sua morte.

Os desmaios dos fãs

A 17 de agosto, milhares de pessoas concentraram-se junto da mansão "Graceland", a residência de Elvis, para prestar uma homenagem e dizer o último adeus ao lendário cantor, que estava praticamente reformado desde 1972.

Numa Elvis Presley Boulevard lotada, a mistura de emoção, calor sufocante e multidão provocou dezenas de desmaios e a intervenção de ambulâncias.

Os fãs anónimos foram autorizados a inclinar-se diante do caixão de cobre do "rei do rock". Muitos choraram enquanto depositaram rosas vermelhas junto de Elvis Presley.

Em Washington, a Casa Branca recebeu centenas de chamadas a exigir um dia de luto nacional.

"Nenhuma morte, desde a do ex-presidente John Fitzgerald Kennedy (14 anos antes), tinha comovido tanto o povo americano", escreveu um casal de californianos num telegrama dirigido ao presidente Jimmy Carter.

O presidente prestou homenagem ao cantor "único e insubstituível", símbolo da "vitalidade, do espírito de rebelião e do bom humor" dos Estados Unidos.

Lojas de música invadidas

Em todo o país, as lojas de discos foram invadidas. "Em Charleston (Virgínia Ocidental), duas mulheres quase chegaram a vias de fato para adquirir o último exemplar de 'Moody Blue', o último disco de Elvis", relatou a AFP na época.

Em apenas um dia foram vendidos 250.000 exemplares do álbum. As unidades de produção de discos trabalharam dia e noite para alimentar a voracidade dos admiradores, para os quais o "rei" tinha vendido em vida mais de 500 milhões de exemplares.

Na madrugada de 17 para 18 de agosto, todos os hotéis de Memphis estavam lotados, e 200 fãs inconsoláveis ficaram junto à mansão. Dois deles foram atropelados por um motorista embriagado.

Com o olhar perdido, um fã observava o portão de entrada, decorado com duas estátuas de ferro de Elvis de viola na mão, cercado por coroas de flores.

"Ao tomar conhecimento da sua morte, senti a dor mais terrível da minha vida, como se tivesse levado uma facada", contou ao enviado especial da AFP um fã, dono de quase 300 discos de vinil do astro.

John Wayne e Burt Reynolds

Durante a madrugada, entre 3.000 e 5.000 fãs reuniram-se junto da residência, alguns com t-shirts com a imagem do ídolo.

Os jornalistas presentes - 100 - foram mantidos a uma determinada distância por agentes de segurança vestidos de maneira chamativa, com muitas joias, fiéis ao estilo do ídolo.

O funeral começou com uma cerimónia para um grupo reduzido de convidados na "Graceland Mansion". A multidão teve de se conformar com a passagem do cortejo do carro fúnebre, seguido por 15 Cadillacs brancos, a cor favorita do artista.

O corpo de Elvis Presley percorreu a avenida com o seu nome até ao cemitério de Forest Hills, alguns quilómetros a norte.

O caixão foi sepultado no mausoléu da família, diante de 50 pessoas, incluindo parentes e alguns amigos íntimos, entre eles alguns famosos, como os atores John Wayne e Burt Reynolds.

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