"Na edição deste ano apostamos na forma popular portuguesa do teatro de marionetas de luva em Portugal, o teatro Dom Roberto, uma relíquia da cultura popular nacional", explicou hoje a diretora artística da Krisálida, a companhia que organiza o evento.

Carla Magalhães adiantou que a 5.ª edição do Maluga - Festa da Marioneta Luso-Galaica vai apresentar dois espetáculos deste género teatral, pela companhia MãoZorra, de Oeiras, através do "fantocheiro e roberteiro" João Costa.

"João Costa apresenta a arte dos mestres de um género teatral que se fazia, de forma bastante intensiva, em Portugal até aos finais da década de 1960 e apresenta ainda uma nova peça que criou dentro da matriz deste teatro", sublinhou Carla Magalhães.

O teatro Dom Roberto é "um género popular de teatro de marionetas português em que todas as personagens falam com voz de palheta, levando a que o vocabulário se baseie em palavras e onomatopeias em que a letra R é predominante".

Aquele género teatral "terá chegado a Portugal no século XVII, através de marionetistas italianos e franceses".

Além da aposta no teatro tradicional de fantoches português, a 5.ª edição do Maluga será ainda marcada por "um espetáculo de uma companhia galega fundada em Lisboa por um português e por uma peça adaptada de um conto do luso-angolano de José Eduardo Agualusa".

"É o único festival do Alto Minho que promove a arte da marioneta entre duas regiões transfronteiriças. Queremos que ano após ano se assuma como uma referência em ambos os territórios", sublinhou Carla Magalhães.

O festival é promovido pela companhia de teatro Krisálida, em parceria com a Câmara de Caminha, reunindo cinco companhias de marionetas de Portugal e uma da Galiza.

O programa inclui espetáculos em sala e na rua, mas também com oficinas de construção de marionetas para crianças a partir dos quatro anos.