Segundo Ricardo Simões, do Centro Dramático de Viana, o projeto foi “desenhado” para 200 idosos, mas, por causa da pandemia de COVID-19, vai arrancar com apenas metade.

“Com o avanço do desconfinamento e da vacinação, o número de participantes pode ir aumentando”, referiu.

Num investimento de 300 mil euros, o projeto arrancará em outubro e decorrerá durante dois anos, com ensaios semanais em cada um dos dez concelhos do Alto Minho, dirigidos por artistas convidados.

Em cada concelho, um grupo de dez idosos vai dar corpo ao projeto.

No final do primeiro ano, os participantes deverão já estar aptos para apresentar o resultado do trabalho desenvolvido, em peças parcelares que aludirão ao património imaterial de cada um dos concelhos e às histórias de vida das gentes locais.

No final do projeto, será apresentado um espetáculo performativo, de teatro e multimédia, que reunirá os contributos dos dez grupos concelhios.

Financiado por fundos comunitários, o projeto é da responsabilidade do Centro Dramático de Viana e da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho.

Para o presidente da CIM do Alto Minho, José Maria Costa, o projeto vai permitir divulgar e preservar “histórias, património e lendas” da região, que classificou como “um verdadeiro alfobre” de vivências pessoais “muito ricas”.

Sublinhando o envelhecimento do Alto Minho, José Maria Costa disse ainda que o projeto vai dar “uma resposta cultural adequada” à faixa etária mais avançada, “não deixando ninguém ficar para trás”.

Além disso, acrescentou, o projeto constituirá “um bom bálsamo e um oxigenador” para o tecido cultural do Alto Minho, “nesta fase tão complicada” decorrente da pandemia de COVID-19.

“Vai divulgar o teatro, captar mais públicos, valorizar a atividade cultural”, referiu.

O projeto será desenvolvido em parceria com cada uma das dez câmaras municipais do distrito de Viana do Castelo.

“Esperamos que o projeto crie raízes e lance sementes, para continuar para lá de 2023”, rematou Ricardo Simões.