Mariana Colaço, sobrinha mais velha e afilhada do guitarrista dos Xutos & Pontapés, homenageou Zé Pedro com um texto, que leu durante as cerimónias fúnebres. A mensagem foi partilhada pelo Observador a pedido da família.

"Teremos de aprender a viver num mundo onde não estás e que por isso fica imensamente mais pobre.  Teremos que aprender a viver num mundo onde não podemos mais abraçar-te… E como amo os teus abraços", começou por ler a afilhada do músico.

"Imagino-te, onde estiveres, com esse sorriso que é o teu super poder, a comer mousse de chocolate, a beber uma cervejinha fresquinha", escreveu ainda Mariana Colaço no texto partilhado pelo Observador, acrescentando que sonha que "agora vais poder ver todos os concertos que queres em qualquer parte do mundo, todos os filmes, saberes todas as histórias e viveres todas as aventuras".

"Partes para toda a parte, livre, e assumindo a tua real dimensão.  Viverás em todos nós e sem dúvida que partes para o mundo para o curar onde ele tanto precisa", escreveu.

O guitarrista dos Xutos e Pontapés morreu na quinta-feira, aos 61 anos. Zé Pedro estava doente há vários meses, mas a situação foi sempre mantida de forma discreta pelo grupo, só tendo sido assumida publicamente no passado dia 4 de novembro, no derradeiro concerto do músico, no fecho da digressão dos Xutos & Pontapés, no Coliseu de Lisboa.

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No final na década de 1970, Zé Pedro, com Zé Leonel e Paulo Borges, criou a banda Delirium Tremens, que mais tarde passou a chamar-se Xutos & Pontapés, com a entrada de Kalú e de Tim, para o lugar de Paulo Borges.

O primeiro concerto dos Xutos & Pontapés realizou-se a 13 de janeiro de 1979, nos Alunos de Apolo, em Lisboa.