"Ai, meu amor/ O que eu já chorei por ti/ Mas sempre/ P'ra sempre/Vou gostar de ti". Foi ao som de "Para Sempre" que centenas de pessoas se despediram de Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés. À saída do Mosteiro dos Jerónimos, no último adeus ao guitarrista, familiares, amigos e fãs cantaram a uma só voz um dos temas de maior sucesso da banda portuguesa.

A urna com o corpo do músico saiu alguns minutos depois das 15h00 do Mosteiro dos Jerónimos, sob uma enorme salva de palmas das centenas de pessoas que se juntaram na rua para a última homenagem a Zé Pedro. No exterior do mosteiro, a urna foi colocada em cima de um grande altar dourado e rodeada por familiares e amigos de Zé Pedro, com os companheiros da banda alinhados à frente.

Os membros dos Xutos, Tim, João Cabeleira, Kalú e Gui, abraçaram-se e  fizeram uma vénia a todos os que ali compareceram.

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Populares, amigos e família aplaudiram, assobiaram, gritaram “Zé Pedro”, e os Xutos & Pontapés abraçaram-se e curvaram-se perante a urna do amigo e perante o público.

Aos jornalistas, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, confessou que assistiu "emocionado" à missa de corpo presente do guitarrista Zé Pedro, uma cerimónia que considerou “muito tocante” e “participativa”, durante a qual foram cantados temas dos Xutos & Pontapés.

“Foi uma missa muito tocante e muito participativa, tanto pelas palavras do padre, muito próximas da vida de Zé Pedro e do fenómeno rock”, como pela cerimónia em si, disse Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentando que foram “cantadas algumas músicas dele ao longo da missa”.

Para o Presidente da República, um dos momentos mais bonitos foi a “intervenção final de evocação de Zé Pedro”.

ZÉ PEDRO

Centenas de pessoas aplaudiram também o guitarrista Zé Pedro quando o seu corpo saiu do Museu dos Coches, em Lisboa, ao som da canção "O Homem do Leme", dos Xutos & Pontapés.

Quando, no exterior, começou a ser tocada a música da banda e o caixão saiu, as centenas de pessoas que entretanto se foram juntando na entrada aplaudiram e cantaram em coro.

O cortejo fúnebre seguiu depois a pé até ao Mosteiro dos Jerónimos, onde a missa de corpo presente se realizava a partir das 13h30.

Pelo caminho, populares que se juntaram ao longo da estrada foram aplaudindo, os turistas perguntavam quem tinha morrido e até os funcionários dos Pastéis de Belém saíram para a rua para homenagear o guitarrista.

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O guitarrista dos Xutos e Pontapés morreu na quinta-feira, aos 61 anos. Zé Pedro estava doente há vários meses, mas a situação foi sempre mantida de forma discreta pelo grupo, só tendo sido assumida publicamente no passado dia 4 de novembro, no derradeiro concerto do músico, no fecho da digressão dos Xutos & Pontapés, no Coliseu de Lisboa.

No final na década de 1970, Zé Pedro, com Zé Leonel e Paulo Borges, criou a banda Delirium Tremens, que mais tarde passou a chamar-se Xutos & Pontapés, com a entrada de Kalú e de Tim, para o lugar de Paulo Borges.

O primeiro concerto dos Xutos & Pontapés realizou-se a 13 de janeiro de 1979, nos Alunos de Apolo, em Lisboa.