Lançado em 2009 pela editora Angelus Novus e revisto e reeditado em 2015 pela Editorial Caminho, o “Caderno de Memórias Coloniais” foi editado em França pelas Editions Chandeigne e integra agora a primeira seleção do prémio, juntamente com outros 15 escritores.
A edição francesa tem o título “Carnet de mémoires coloniales” e foi traduzido por Myriam Benarroch e Nathalie Meyroune.
O livro aborda o passado colonial de Portugal e a visão que a autora tem do pai, um eletricista português radicado em Moçambique, que despreza e explora os nativos.
Pelos olhos de Isabela Figueiredo, que nasceu naquele país em 1963 e teve que se mudar para Portugal nos anos 1970, durante o contexto da descolonização, o “melhor” ficava para os brancos, desde as praias aos eventos, passando pelas oportunidades.
O texto mistura memória, ensaio, observação pessoal e ficção e nasceu originalmente no blogue da autora, “Mundo Perfeito”, relatando a violência dos brancos sobre os negros, o racismo, a exclusão, os trabalhos subalternos e mal pagos.
Os outros nomeados ao Prémio Femina Estrangeiro são Ahmet Altan, com “Madame Hayat”, Najwa Barakat, com “Monsieur N.”, Jan Carson, por “Les lanceurs de feu”, Claudia Durastanti, por “L’étrangère”, Lucy Fricke, com “Les occasions manquées”, Nino Haratischwili, com “Le chat” e Mona Hovring, por “Parce que Vénus a frôlé un cyclamen le jour de ma naissance”.
Completam a lista Robert Jones Jr. e o seu “Les prophètes”, Daniel Loedel, com “Hadès, argentine”, Ariel Magnus, pelo romance “Eichmann à Buenos Aires”, Joyce Maynard, com “Où vivaient les gens heureux”, Leonardo Padura, com “Poussière dans le vent”, Natasha Trethewey, por “Memorial drive: mémoires d’une file”, Nina Wähä, com o livro “Au nom des miens”, e Philipp Weiss, com “Le grand rire des hommes assis au bord du monde”.
O livro “Caderno de Memórias Coloniais” e o posterior romance “A Gorda” estão já publicados no Brasil, pela editora Todavia e na Alemanha pela editora Weidle.
“O Caderno de Memórias Coloniais” está ainda publicado em Espanha, pela editora Libros del Asteroide, em Itália pela Edizzioni del Urogallo e na Colômbia pelas Ediciones Uniandes.
Estão ainda assinados contratos para a edição, em Espanha, de “A Gorda” e para a edição na Eslovénia do “Caderno de Memórias Coloniais”.
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