Uma psicóloga contratada pelos advogados de Johnny Depp declarou esta terça-feira que Amber Heard sofre de transtornos de personalidade, durante o julgamento resultante do processo de difamação movido pelo ator contra a sua ex-mulher.

Shannon Curry, psicóloga clínica e forense, afirmou que analisou pessoalmente a saúde mental de Amber Heard por 12 horas durante dois dias em dezembro de 2021. Ela estimou que a atriz, de 36 anos , sofre de transtorno de personalidade limítrofe ("borderline") e de transtorno histriónico.

Os advogados de Amber Heard tentaram desacreditar este depoimento durante o contra-interrogatório, apontando que os advogados de Depp a tinham contratado para depor em seu nome.

Segundo a psicóloga, algumas das principais características do transtorno de personalidade limítrofe incluem "muita raiva interna e hostilidade", uma tendência para ser "moralista" e "estados de ânimo flutuantes".

"Podem reagir violentamente, fisicamente", acrescentou a profissional.

"Com frequência, serão abusivos com os seus parceiros. É quase uma atuação", notou.

Shannon Curry, que tem experiência com veteranos de guerra dos EUA, disse que, na sua opinião, Amber não sofria de transtorno de stresse pós-traumático como resultado de uma alegada agressão doméstica.

A Dra. Shannon Curry a depor a 26 de abril

Johnny Depp, de 58 anos, negou ter agredido fisicamente Amber Heard e afirmou que era ela que era violenta com ele.

Também depôs na terça-feira Tara Roberts, que administrou nos últimos 15 anos uma ilha particular nas Bahamas propriedade de Depp. Os advogados do ator pediram-lhe que contasse os detalhes de uma discussão que o casal teve na ilha.

"Amber dizia-lhe que ele era um ator fracassado", narrou Tara. Que "ele iria morrer como um velho sozinho".

A funcionária contou que Amber Heard gritava com Depp, agarrando-o e tentando levá-lo de volta para casa. A testemunha disse que ficou preocupada com o que poderia vir a acontecer e que levou o ator para a cozinha, onde aplicou gelo no nariz do ator, ferido.

Johnny Depp a 26 de abril

Noutro depoimento prejudicial, Melissa Saenz, uma polícia de Los Angeles, que se deslocou com um colega ao apartamento do ator para responder a uma ocorrência a 21 de maio de 2016, também testemunhou que a atriz não foi vítima de violência doméstica.

A polícia, que disse que todos os dias tem de responder a muitas ocorrências do género e já teria cerca de 100 em maio de 2016, indicou que as marcas na cara da atriz correspondiam às que acontecem quando se chora e não de ser atingida com um telemóvel, como foi alegado.