O álbum é editado quando a artista está em digressão pela Europa, com espetáculos agendados em Paris, no L’Alhambra, no dia 12, no âmbito do Festival Au Fil des Voix. Lucibela já atuou antes em França, nomeadamente numa série de concertos de homenagem a Cesária Évora (1941-2011).

“Laço Umbilical”, uma morna inédita de Bétu, autor de grande parte do repertório de Ildo Lobo, a voz dos Tubarões, é o tema que dá nome ao disco, que será editado pela LusÁfrica.

O disco com treze temas, inclui dois inéditos da Elida Almeida, “Mal Amadu” e “Arku Bedja”, um de Jorge Tavares Silva, “Violeiro”, um de Mário Lúcio, “Sôdadi Casa”, um de Toy Vieira “Sant Antôn”, e ainda um outro, de Nhelas Spencer, “Profilaxia”.

Do alinhamento do álbum de Lucibela fazem ainda parte “Chica di Nha Maninha”, uma canção do repertório tradicional de Cabo Verde, gravada anteriormente por Alcides naquele que é o seu único disco, e também do repertório popular das ilhas, “Stapora do Diabo”.

Compõem ainda o disco, musicalmente dirigido por Toy Vieira, temas de autores cabo-verdianos, designadamente, “Dona Ana”, e “Porto Novo, Vila Criola”, de Manuel de Novas, “Mim e Dode Na Bo Cabo Verde”, de Dani Mariano e “Novo Olhar”, de Jorge Humberto.

A discográfica descreve a interpretação de Lucibela como “arrebatadora”, servida por uma “voz brutal” e define este seu primeiro álbum como “uma autêntica e íntima viagem entre o ser e a terra, numa perspetiva contemporânea e maturada”.

“Uma viagem feita através dos graves profundos, e um suave vibrato que nos transporta pelo oceano – prossegue a discográfica - com ritmos marcados, e descomplexados, que articula os sons das guitarras, do cavaquinho, do saxofone, do acordeão, do violão, e de um conjunto alargado de sons das Ilhas, num turbilhão que junta passado, presente e futuro”.

A cantora nasceu há 31 anos, na ilha de São Nicolau, e começou a cantar nos bares da cidade portuária do Mindelo, na ilha de S. Vicente, tendo feito parte do grupo Mindel Som, posteriormente.

De S. Vicente decidiu ir viver para a ilha do Sal, onde se fixou como cantora no Hotel Morabeza, e daqui seguiu para a ilha da Boavista. Finalmente fixou-se na capital, a Cidade da Praia, na ilha de Santiago, onde atuou em espaços como o Quintal da Música, e foi finalista dos concursos “Talento Strela” e “Estrela Pop”, de onde partiu para Lisboa.

Lucibela, segundo a crítica de música Véronique Mortaigne, “sabe que cantar é uma partilha: olhos nos olhos, alma com alma, sem artifícios” e “Laço Umbilical” é “uma profunda ligação à terra, com via aberta à alma”.

A cantora, que prevê atuar em Lisboa, tem já datas agendadas para o Palais des Beaux-Arts, em Bruxelas, no dia 23 de março, e para Nantes, em França, no dia 25 de maio, quando atua no Les machines de l’Île, no âmbito do “Le Printemps des nefs”.