"Foi como assistir a um espetáculo de terror", disse Madonna sobre a noite em que foram conhecidos os resultados das eleições norte-americanas. Em entrevista à revista Harper Bazaar, a cantora confessou que está presa num pesadelo desde a eleição de Donald Trump.
"Fui dormir, e desde essa noite, acordo todas as manhãs como quando se tivesse acabado com alguém que partiu realmente o seu coração. Apenas acordas e, por um segundo, és apenas tu e, então, vais e 'oh, pessoa que amo mais do que qualquer outra coisa acaba de partir o meu coração e eu estou devastada, estou desfeita e não tenho nada. Estou perdida. É assim que me sinto todas as manhãs. Acordo e penso: ' Espera lá, Donald Trump é presidente, não foi um pesadelo, aconteceu mesmo", confessou a cantora em entrevista à Harper Bazaar.
Na entrevista, Madonna diz ainda que os colegas da indústria do entretenimento não discutem a eleição de Trump para manter a popularidade. "Querem manter uma posição neutra para que possam manter a popularidade. O que quero dizer é que se temos uma opinião e se as pessoas discordam, podemos não conseguir emprego. Podemos ir para a lista negra. Podemos ter menos seguidores no Instagram. Um sem número de coisas que podem ser prejudiciais para a carreira. Toda a gente está com medo", sublinhou a artista.
A entrevista a Madonna foi feita duas semanas depois das eleições, que decorreram a 8 de novembro do ano passado. A cantora considera que, devido à vitória do Trump, tem que tornar-se “uma voz mais ativa e um pouco menos misteriosa”.
Artistas apelam a uma greve para a tomada de posse
Nessa altura, ainda não tinha sido tornada pública a petição, que tem como signatários, entre outros, o escultor Richard Serra e os artistas plásticos Cindy Sherman, Joan Jonas, Louise Lawler e Julie Mehretu.
Na petição “J20 Art Strike”, os subscritores apelam a museus, galerias, salas de concertos, escolas de arte e instituições não lucrativas para que fechem as portas em protesto contra a “normalização do Trumpismo”.
“Esta não é uma greve contra a arte, o teatro ou outra qualquer área cultural. É um convite para motivar estas atividades, para reimaginarem os seus espaços como locais onde formas de resistência de pensamento, visão, sentimento e ação podem ser produzidas”, lê-se no texto da petição, citado pelo New York Times.
Entretanto, no domingo, na cerimónia de entrega dos prémios de cinema e televisão Globos de Ouro, em Los Angeles, a atriz Meryl Streep, a quem nesse dia foi atribuído um prémio carreira, criticou Donald Trump pela retórica de desunião.
“Vocês e todos nós nesta sala pertencemos verdadeiramente aos segmentos mais vilipendiados da sociedade norte-americana neste momento. Pensem nisso. Hollywood, estrangeiros e a imprensa”, disse, em tom de piada, no momento em que recebeu o prémio.
“Mas quem somos nós? E o que é Hollywood, de qualquer forma? Um monte de pessoas de outros sítios. Hollywood está cheia de forasteiros e estrangeiros. Se corrêssemos com todos, não havia nada para ver, a não ser futebol e artes marciais, que não são bem artes”, afirmou.
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