"Muita coisa mudou", afirmou, em entrevista à AFP, recordando o seu famoso tweet de 15 de outubro de 2017, quando pediu às mulheres que partilhassem os seus traumas de assédio sexual sob a hashtag #MeToo.
A atriz, de 49 anos, que se tornou popular com séries como "Chefe, Mas Pouco..." e "As Feiticeiras", admitiu que foi vítima de uma agressão sexual durante uma filmagem na década de 1990.
"O mais evidente é que nos recusamos a ser silenciados e unimos as nossas vozes", explicou a atriz em Cannes, onde participou no festival de programas de televisão Mipcom.
Milano considerou positivas as novas leis nos Estados Unidos contra a discriminação de género e o assédio, assim como a criação de "coordenadores de intimidade" para ensaiar cenas de conteúdo sexual nos filmes.
"Para mim, não fazia sentido o facto de que, se houvesse um animal no 'set', fosse obrigatória a presença de um representante da Humane Society [organização de proteção dos animais], enquanto os atores têm de enfrentar situações de vulnerabilidade, não apenas as cenas de amor", sem ajuda, disse.
Para a norte-americana, a recente decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que devolveu aos estados o poder sobre o direito ao aborto, é uma reação a esses movimentos pela emancipação das mulheres.
"Igualdade e equidade são aterrorizadoras para muitos homens brancos no poder", denunciou. "Tirar a nossa autonomia é o caso mais extremo das tentativas de impedir a nossa evolução e crescimento", explicou.
Alyssa Milano disse confiar e acreditar nas novas gerações. "Tenho grandes esperanças", afirmou, referindo-se às novas gerações "que não se contentam apenas em aprender que as raparigas podem fazer as mesmas coisas que os rapazes, mas que também vivem isso".
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