A exposição “Mulheres que fazem barulho”, inaugurada no Dia Internacional da Mulher, retrata o rock português que “é incontornável para explicar a sociedade portuguesa contemporânea”, mas vai contar também a história com “ventos de mudança” trazidos pelas mulheres do rock em Portugal, disse, em entrevista telefónica à agência Lusa, a vice-reitora da Universidade do Porto para a área da Cultura e Museus, Fátima Vieira.

“Mulheres que fazem barulho" faz parte de um "projeto mais amplo. Vamos aproveitar esta metáfora para as mulheres que fizeram, fazem e vão continuar a fazer barulho em todos os quadrantes da sociedade", disse Fátima Vieira, afirmando que a missão do projeto alargado é “escrever novas narrativas, mais inclusivas, com conhecimento mais profundo da história”.

A exposição vai revelar “objetos icónicos” escolhidos pelas artistas portuguesas, como vestidos, meias rasgadas no primeiro concerto, discos, cassetes, rabiscos de letras, pautas, baquetas e objetos marcantes nas respetivas carreiras das mulheres do rock português.

Organizada pela Casa Comum e pelo Instituto de Sociologia da U.Porto, a exposição vai estar dividida em quatro “quadros temáticos” a partir dos quais vai ser possível percorrer os percursos de cada uma das artistas homenageadas.

“Viver Depressa, Morrer Tarde” dá o mote para o quadro que celebra os trajetos “longos e bem sucedidos” de Ana da Silva (The Raincoats), Anabela Duarte (Mler Ife Dada) e Ondina Pires (Pop Dell’Arte, Ezra Pound & A Loucura e The Great Lesbian Show).

“Berrar mais Alto” pela voz de quatro “mulheres carismáticas – músicas, cantoras, performers ou intérpretes, instrumentistas, compositoras – que deixaram marcas da sua voz nas cenas do rock português”. São elas Ana Deus (Ban, Três Tristes Tigres), Xana (Rádio Macau), Manuela Azevedo (Clã) e Beatriz Rodrigues (Dirty Coal Train).

Nesta viagem pela história da música portuguesa, o visitante vai também cruzar-se com “mulheres que recusaram a imagem estereotipada e objetificada que as cenas do rock lhes queriam impor”.

“Cansei de Ser Sexy” é o grito de revolta que conduz à descoberta de Cláudia Guerreiro (Linda Martini), Sandra Baptista (Sitiados, A Naifa e Señoritas) Lena D’Água e Marta Abreu (Voodoo Dolls e Mão Morta).

A mostra vai também revelar “promessas da música e do que está por vir".

As “Sementes do Futuro” são lançadas por Carolina Brandão (Sunflowers), Elsa Pires (Bee Keeper), Mariana Santos, Dulce Moreira e Ana Clément (CRudE).

A exposição “Mulheres que fazem barulho” foi inaugurada hoje, no auditório da Casa Comum (Sala Casa Comum) da Universidade do Porto, e contou com a presença de algumas das várias artistas, como por exemplo Lena D’Água, Ana Deus, Anabela Duarte e Xana.

A exposição abre ao público na quinta-feira, dia 9 de março, fica patente até dia 30 de setembro, e vai será acompanhada de um programa de eventos paralelos a ser anunciado em breve.