No final da apresentação, Delfim Sardo explicou aos jornalistas que o CCB tem a programação delineada até ao verão de 2021, mas hoje só foram anunciadas as iniciativas culturais até janeiro, porque “há projetos e programas que podem vir a ter alterações”.

Essa prudência, admitida pelo administrador com o pelouro da programação, relaciona-se com a evolução da pandemia da COVID-19 e com a presidência portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre de 2021 e que ocupará parte dos espaços do CCB.

Segundo Delfim Sardo, que assumiu funções no CCB em março, um mês já marcado pela pandemia, a nova temporada vai articular espetáculos que tinham sido adiados da temporada anterior com novas propostas que dão atenção a jovens criadores, a coproduções, à música antiga e à contemporânea.

Quanto aos Dias da Música, um dos programas culturais mais emblemáticos do CCB e cuja edição deste ano, dedicada a Beethoven, foi cancelada, Delfim Sardo explicou que o projeto está a ser reestruturado e que está a ser pensado um novo modelo para o evento musical.

À agência Lusa, o presidente do conselho de administração do CCB, Elísio Summavielle, explicou que a nova temporada foi desenhada “num período muito complicado do ponto de vista do equilíbrio orçamental”.

Summavielle recordou que, desde março, o CCB perdeu cerca de 2,5 milhões de euros de aluguer de espaços para conferências, congressos e outros eventos, mas que, ainda assim, foi possível fazer a programação com cerca de 1,8 milhões de euros.

“Temos algum acumulado que nos permite fazer esta programação, que andará à volta de 1,8 milhões de euros, com muitas pinças e com muito cuidado. Vamos ver se chegamos ao fim do ano com as contas equilibradas. Penso que sim, com prudência e garantindo os salários e subsídios de natal de toda a gente da casa. Cumpriu-se a lei escrupulosamente”, disse.

A nova temporada do CCB é de setembro de 2020 a janeiro de 2021, o que significa que alguns dos eventos já aconteceram, mas foi desenhada sob o mote da palavra “Entre”, de duplos sentidos, significando uma ideia de período de transição e um convite à entrada na programação, como explicou Delfim Sardo.