“O título ‘Novembro’ foi escolhido por ser o mês de aniversário do Pedro [Barroso, que completou 66 anos no passado dia 28] e porque foi em novembro que se terminaram as gravações deste projeto”, explicou à Lusa Fernando Matias, da discográfica Ovação, segundo o qual o disco sairá "tão breve quanto possível".

“Homem de música e palavras, que gravou mais de 30 discos tendo atuado em todas as salas de espetáculo em Portugal”, Pedro Barroso atua no próximo sábado no Teatro Virgínia, em Torres Novas, para festejar o 50.º aniversário de carreira.

“Que lutas nos sobram, que ninhos/ Que gaivotas esvoaçam pelo mar?/ Que sustos, e dores e caminhos/ Que causas inda’ há para lutar?”, assim abre a canção “Rumos”, que Barroso gravou com Andión; para terminar afirmando: “Aqui vos deixo esse aviso/ Por tudo o que quis urgente/ Viver é sempre improviso/ Por isso mesmo é preciso/ Crescer nas bermas do vento”.

Morreu o cantor espanhol Patxi Andión

Para Pedro Barroso, “Novembro” constituirá a sua “despedida das canções”.

“A condição física, após mais um ano de tratamentos médicos, impede-me de tocar; e, mesmo na parte de canto, canso-me ao fim de minutos e, portanto... as coisas são como são...”, disse Pedro Barroso, que mantém a firme disposição de um adeus aos palcos no próximo sábado em Torres Novas, no distrito de Santarém.

“É um CD histórico, um duo ibérico e... que vai ser falado. Merece o colo cuidadoso de uma produção sofrida, cuidada e importante. Nunca escrevi tanta corda!... Ter uma canção minha cantada a meias com o Patxi Andión é obviamente uma valorização imensa e o tema é lindíssimo”, disse.

“A escolha tímbrica e o simbolismo desta geração ibérica de cantores de luta e da sensibilidade diz tudo. Ambos nos estreámos no [programa televisivo] Zip Zip, em 1969. Também aí é histórico”, referiu o cantor, esperançoso na “valorização” deste seu trabalho discográfico.