Na passada noite de sábado, por um preço bastante acessível para uma lenda de seu tamanho, no contexto das Festas de Lisboa’13, contemplar o famoso Tony Allen, no castelo de S.Jorge.

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A vista é bonita e a brisa fresca que passeava pela noite desapareceu assim que a música deu início à vontade de dançar.

Com o acompanhamento de um guitarrista imponente tocando na tranquilidade do seu espirito; um baixista com uma belíssima voz, que mostrou num soar de acordes no baixo, enquanto cantava uma melodia serena, cortada por uma passagem para um groove de quebrar o gelo; um teclista enérgico que se movia com o decorrer do som; os sopros de um saxofone tenor que dançava pela oitavas que o instrumento tem e as que não tem, acompanhando em respiração contínua o trompetista, que tal como o seu companheiro variava entre os sopros e a percussão, através dumas clavas, e outras batidas, como umas simples palmas e ritmos corporais, mostraram ser a equipa ideal para a lenda da bateria, exibindo a técnica nos solos que rodaram vez por todos os membros em palco.

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Ao fim dos primeiros sons, elogiando e agradecendo ao público, que não era abastado como nos grandes festivais, mas que preenchia todo o espaço livre e se manifestava como se tivesse o dobro das suas forças, Tony disse algo como I have to thank you everytime, because if i don’t, I’ll give you an advance, seguido por uma ovação ainda mais calorosa do que a que o tinha feito dizer tais palavras.

Em ritmos que harmonizam entre a simplicidade, mostrando a evolução desde a primeira batida, talvez originária no coração, até às passagens mais complexas onde a alma e corpo o levaram (e ainda levam). Como se nos estivesse a mostrar a história do seu crescimento musical, convidou a audiência a participar por inteiro naquela viagem, com a dança contagiante até às palmas que por duas vezes chamaram de novo o músico ao palco.

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No primeiro encore, Tony regressa com as palavras Because you are nice people, we play another one, mas o primeiro encore já é costume. O segundo é que não foi teatro, a manifestação tão quente do público nem deixou a lenda sair do palco, sentando-se de novo na bateria agradecendo mais uma vez, pronto para mais um som.

Mesmo após o agradecimento final as manifestações continuavam igualmente fortes, o que levou Tony Allen, um dos fundadores do Afrobeat juntamente com Fela Kuti (nomeador e “pai” do estilo) nos anos 70, a cumprimentar com um aperto de mão os fãs da fila da frente com um grande sorriso na cara. Dando assim por terminado o concerto, que saciou tanto o público como os próprios músicos.

Tony Oladipo Allen, um dos mais dotados bateristas na história da música, mostrou-nos, a caminho dos 73 anos de idade, que não há velhice no ramo musical, quando se conquista é para a eternidade.