"Calma", de Pedro Capó, terá sido um dos sucessos mais desenfreados dos últimos tempos, sendo o título uma completa antítese de toda a receção mundial deste single já com direito a remix, com a colaboração de Farruko.

Na sua passagem por Portugal, Pedro Capó esteve à conversa com o SAPO MAG, para falar sobre o novo sucesso e da próxima passagem por terras lusas.

SAPO MAG: Calma é o teu maior sucesso até agora. Como te sentes perante uma receção tão positiva?

Pedro Capó (PC): É incrível, estou muito agradecido. Ainda estou a tentar processar tudo aquilo que está a acontecer. É algo que não esperava. Foi uma música criada sem qualquer objetivo em concreto, sem esperar que fosse um sucesso, pelo que é bom ter tido sucesso com uma canção que representa o bem estar, boas vibrações, e uma imagem muito porto riquenha com a praia e tudo o mais.

E o público não teve qualquer tipo de calma para a ouvir.

Nada mesmo! (risos) E agora sou eu que também não tenho pressa.

Qual pensas ser a diferença entre “Calma” e todos os teus outros trabalhos que não tiveram tanto sucesso.

PEDRO CAPÓ

Penso que a música que fazia no início estava muito direcionada para a minha editora discográfica, a Sony Music Latin, e por isso focava-me mais no Porto Rico, no México e na América Central. Tinha-me consolidado como compositor global, onde escrevia para o Ricky Martin, mas sinto que esta canção atravessa fronteiras. E isso é algo que não se pode planear. É algo que acontece de modo orgânico, e fico feliz que isso tenha acontecido. Mas se eu soubesse qual o ingrediente, qual o factor exato, já o teria feito há dois mesas (risos). Mas não, é uma canção especial, feita sem o propósito do negócio, apenas pela vontade de fazer música.

Além da música, também tiveste outras experiências profissionais na vertente da representação. Contudo, quais são os teus planos para o futuro?

No futuro quero continuar a fazer música honesta e já em maio vamos ter um single novo. Os nossos planos imediatos passam por visitar todos os países onde estamos ligados com “Calma”. Sair do Youtube, do Spotify e tocar ao vivo.

Podemos esperar uma aposta mais forte na música para já, certo?

Sim, sim, totalmente. A representação irá regressar a dada altura, mas sinto que este é um bom momento, um momento especial na música, e quero aproveitar ao máximo.

Participaste no projeto “Almost Like Praying”, após a devastação do furacão Maria, em Porto Rico. Como foi essa experiência para ti?

Para mim, sendo de Porto Rico, foi muito difícil assistir a tudo o que se passou com o furacão Maria. Tudo aquilo que afectou o meu país, os meus irmãos porto-riquenhos. E foi muito bonito ver como uma artista de renome, como o Lin-Manuel Miranda, conseguiu juntar tantos talentos como a Jennifer Lopez, Glorian Estefan, Camila Cabello, todas estas power houses juntas por algo bonito.

No final do dia, é muito bonito ver grandes artistas a tomarem a responsabilidade e a apoiar. Para mim é uma honra conseguir servir, e apoiar de uma maneira positiva, e como artistas poder trabalhar com artistas destes.

Tal como já foi referido, como é para ti escrever para artistas de renome como é o caso de Ricky Martin?

É incrível, uma honra! Cresci a olhar para o Ricky como o orgulho de Porto Rico, um orgulho latino, um orgulho mundial. É um grande artista e o seu trabalho social também teve um impacto positivo para o mundo. Eu lembro-me de ter catorze anos e imaginar-me no estúdio enquanto ouvia os discos do Ricky Martin, e finalmente consegui retribuir como compositor, que é um louvor que guardo com muito carinho.

Alguma vez sentiste alguma pressão por teres pessoas na tua família, como é o caso do teu avô, que tiveram um grande impacto em Porto Rico?

Eu nunca senti essa pressão. Tenho muito orgulho e sinto que tenho responsabilidade de mostrar daquilo que sou capaz. O meu avô foi muito famoso, mas existe uma geração no meio, pelo que estamos perante um público completamente diferente. Se alguma vez me afectou, foi certamente pela positiva, por existir muitas pessoas que conheceram o meu avô e ser um orgulho continuar ligado à minha família.

Vamos agora passar a umas perguntas de resposta rápida. Se tivesses de escolher entre representar ou fazer música para o resto da tua vida, o que escolherias?

Música, sem dúvida.

Na música, preferes trabalhar sozinho ou em parceria?

Sozinho porque é o que fiz toda a minha vida e é o que sei fazer melhor (risos). Eu digo sempre que não gosto de estar numa banda, porque não quero ser responsável por mais ninguém.

Mas começaste assim…

É verdade, eu comecei numa banda de rock aos 17 anos e aprendi muito depressa! (risos)

O teu grande sucesso chama-se “Calma”, mas qual é a única coisa na vida que não gostas de fazer tranquilamente?

Qual é a única coisa…? Eu acho que é a própria vida. Eu acho que não temos tempo a perder. “Temos de pegar o touro pelos cornos” e viver, viver com paixão.

Chegaste a Portugal há um dia, mas daquilo que já viveste, o que gostarias de levar de Portugal contigo?

Ainda não vi muito, mas a comida, meu deus! Eu comi um bacalhau, ontem, e um cabrito que… meu deus! Foi a melhor… Ok, não digas a ninguém, mas foi a melhor refeição que eu tive em toda esta passagem pela Europa e eu fui a Itália e Espanha, por isso isto é sério. Foi fantástico, por isso vou dizer que é a comida, porque ainda não vi muito, mas os arredores são lindos e recordam-me da zona velha de San Juan (Porto Rico) com as ruas coloridas…

Por último, quando vamos ver-te em concerto aqui?

Em breve, na última semana de junho, dia 28 ou 29, por aí, ainda vamos anunciar onde.