Intitulada “Action, Gesture, Paint: Women Artists and Global Abstraction 1940-70”, a mostra coletiva com 150 pinturas de 81 artistas internacionais daquela geração estará patente na Galeria Whitechapel, na capital britânica, entre 9 de fevereiro e 7 de maio deste ano.
Com o objetivo de apresentar obras além das “predominantemente assinadas por criadores masculinos brancos cujos nomes são sinónimo do movimento Expressionista Abstrato, esta exposição celebra as práticas de inúmeras mulheres” que trabalharam nesta corrente durante o impacto da Segunda Guerra Mundial, explica um texto sobre a exposição no sítio 'online' da Galeria Whitechapel.
Além da pintora portuguesa Vieira da Silva e da moçambicana Bertina Lopes, artistas como as norte-americanas Lee Krasner (1908-1984) e Helen Frankenthaler (1928-2011), mais conhecidas internacionalmente, e outras menos divulgadas, como a sul-coreana Wook-kyung Choi (1940-1985) terão obras nesta mostra, mais de metade delas nunca antes exibidas publicamente no Reino Unido, realça a galeria britânica.
O mesmo texto sublinha que os Estados Unidos da América são frequentemente citados como lugar de nascimento deste movimento, o abstracionismo, “mas a área geográfica desta exposição demonstra que artistas de todo o mundo estavam a explorar temas semelhantes em termos de materialidade, liberdade de expressão, perceção e moldando a abstração gestual com os seus próprios contextos culturais, desde o crescimento do fascismo nalgumas regiões da América do Sul, à influência do comunismo na Europa de Leste e na China”.
Mary Abbott, Etel Adnan, Ruth Armer, Gillian Ayres, Ida Barbarigo, Noemí Di Benedetto, Anna-Eva Bergman, Janice Biala, Bernice Bing, Sandra Blow, Dusti Bongé, Chinyee, Wook-kyung Choi, Jay DeFeo, Martha Edelheit, Amaranth Ehrenhalt, Lilly Fenichel, Yuki Katsura, Elaine de Kooning, Lee Krasner, Bice Lazzari, Lifang, Margaret Mellis, Marta Minujín, Joan Mitchell, Aiko Miyawaki, Yolanda Mohalyi, Nasreen Mohamedi, Emiko Nakano, Lea Nikel, Tomie Ohtake e Fayga Ostrower são outras das artistas que terão obras na Whitechapel.
Maria Helena Vieira da Silva naturalizou-se francesa em 1956, tendo vivido muitos anos em França, de onde fugiu à Segunda Guerra Mundial mas, por não ter recebido passaporte do regime ditatorial do Estado Novo, foi residir para o Brasil.
A sua obra em pintura, gravura, escultura e ilustração está amplamente representada no Museu Arpad-Szénes Vieira da Silva, em Lisboa, inaugurado em 1994 para divulgar a obra do casal de artistas.
Nascida em Maputo, Moçambique, Bertina Lopes estudou pintura e escultura em Lisboa, vindo a adotar a nacionalidade italiana em 1965. Realizou a sua primeira exposição retrospetiva no Palazzo Venezia, em Roma, cidade onde foi galardoada com o Prémio Gabriele D'Annunzio.
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