Já este mês, a Alfaguara (chancela da Penguin) publica “Shuggie Bain”, do escocês Douglas Stuart, romance de inspiração autobiográfica, ambientado na cidade de Glasgow, que aborda o jugo férreo das políticas de Margaret Thatcher, que lançou milhares de famílias para a miséria, campo profícuo para o álcool e as drogas capturarem os mais vulneráveis.

Também em setembro, chega às livrarias o novo romance do escritor colombiano Juan Gabriel Vasquez, “Olhar para trás”, inspirado na vida do realizador colombiano Sergio Cabrera.

A Objetiva vai publicar “Aquilo em que acreditamos” a autobiografia da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris.

Já em outubro, a Alfaguara lança o primeiro ‘thriller’ de Joël Dicker, “O tigre”, e mais um romance do espanhol Javier Marias, “Tomás Nevinson”, o outro lado do espelho de “Berta Isla”.

No mesmo mês, mas já na Companhia das Letras, serão publicados um novo romance de Afonso Cruz, “Sinopse de amor e de guerra”, e o novo de Dulce Garcia, “Olho da rua”.

Entre as novidades da 20|20 Editora, destaca-se a publicação pela Elsinore, em novembro, do romance “O comprometido”, de Viet Thanh Nguyen, uma das vozes mais destacadas pela crítica da atual literatura norte-americana, que dá continuidade a “O simpatizante”.

“O comprometido” segue os passos de Vo Danh, o protagonista do romance anterior, “homem com duas mentes”, um espião vietnamita, refugiado na Paris dos anos 1980, onde procura superar o seu passado e integrar-se na cultura francesa, acabando por cair no submundo do crime.

Publicado em março nos Estados Unidos, foi destacado pela crítica pelo seu existencialismo cruzado com humor negro, que ilumina a herança do colonialismo francês e da subsequente guerra do Vietname.

A Elsinore vai publicar também, na ‘rentrée’ editorial, os novos romances de Tatiana Salem Levy e de Cláudia Andrade, escritora de quem já publicou “Quartos de Final e Outras Histórias” (Prémio SPA Autores para Melhor Livro de Ficção Narrativa de 2020) e “Caronte à Espera”.

De Tatiana Salem Levy, sai “Vista Chinesa”, o relato ficcionado de uma história real: o episódio violento da violação de uma mulher no Rio de Janeiro, e a consequente luta psicológica, familiar e social desta para superar o trauma.

Ainda este mês, na área da ficção, será publicado “Um Pouco de Cinza e Glória”, “romance coral” em que Cláudia Andrade cose a imagem da própria humanidade a partir dos retalhos das vidas das suas personagens.

Outro dos próximos livros a sair é “Axiomático”, de Maria Tumarkin, que arrecadou vários prémios e foi considerado um dos melhores livros de não-ficção dos últimos anos, funde ensaio, reportagem e biografia para escrever sobre o trauma, a perda, a memória e os condicionalismos sociais que moldam a experiência e psicologia humana.

Em outubro, chega em lançamento mundial a novela gráfica “Sapiens: Os Pilares da Civilização”, de Yuval Noah Harari.

Após o 1.º volume da adaptação de “Sapiens: História Breve da Humanidade” para novela gráfica, Yuval Harari, em colaboração com a dupla David Vandermeulen e Daniel Casanave, lança agora o 2.º volume desta série que conta a história do homem desde que “inventou os deuses até ter a ambição de se tornar ele próprio num deus”.

Em outubro serão lançados também “Debaixo de um Céu Branco — A natureza do futuro”, de Elizabeth Kolbert, autora de “A Sexta Extinção”, que nesta obra se interroga sobre a possibilidade de ainda salvar a natureza, e “Inventário de Algumas Perdas”, de Judith Schalansky, um livro que desafia géneros e busca inspiração na História, filtrando-a através da imaginação.

A chancela Cavalo de Ferro traz um inédito em Portugal da escritora ucraniana Irene Némirovsky, de 1938, intitulado “A presa” e que acompanha a ascensão social e queda de Jean-Luc Daguerne, um jovem ambicioso e sem meios próprios, traído pelas suas próprias paixões, e cuja história compõe um retrato da Europa e da sua burguesia nos anos 1930 do século XX, em plena crise financeira e política.

Em outubro, a editora publica também “Trilogia”, de Jon Fosse, traduzido diretamente do norueguês, um livro premiado e composto por três novelas (“Vigília”, “Sonhos de Olav”, “Fadiga”), tido como uma das obras mais aclamadas do escritor.

Outra novidade é a publicação pela primeira vez em Portugal de “A confissão de um filho do século”, de Alfred de Musset, considerado “um dos textos fundamentais da literatura”, que constitui um quadro sociológico e autobiográfico e, sobretudo, a primeira grande descrição narrativa do “mal do século”: mescla de tédio, de vazio e de desencanto existencial, aliado a um dandismo que caracterizou a visão do mundo da elite cultural europeia na viragem do século, elevando a arte pelo movimento romântico.

Outra novela gráfica a sair nesta rentrée é a adaptação de “Fome”, romance de Knut Hamsun, com ilustrações e adaptação do texto por Martin Ernstsen.

A Cavalo de Ferro vai ainda reeditar, com novas traduções e revisões, “As Crónicas Marcianas”, de Ray Bradbury, e “O estranho caso do Dr. Jekyll e do Mr. Hyde e Outros Contos”, de Robert Louis Stevenson.

Os grupos 20|20 e Penguin Random House anunciaram em julho a sua fusão numa só empresa no mercado português.