Barbara Ziv foi chamada como testemunha pela promotoria para dissipar vários "mitos" sobre violação.
Ziv disse aos jurados deste caso emblemático para o movimiento #MeToo que a maioria das agressões sexuais é cometida por alguém que as vítimas conhecem, e não por um desconhecido, como se acredita normalmente.
A psiquiatra, que foi chamada como testemunha em mais de 200 julgamentos de agressão sexual, incluindo do comediante Bill Cosby, disse que é errado acreditar que as vítimas resistem sempre aos agressores.
Outra ideia equivocada, informou, é a de que as vítimas geralmente denunciam o ataque a amigos ou à polícia.
O magnata de Hollywood Harvey Weinstein pode ser condenado a uma pena máxima de prisão perpétua se declarado culpado de ter violado a atriz Jessica Mann em 2013 e de agredir sexualmente a ex-assistente de produção Mimi Haleyi em 2006.
A defesa mostrou ao júri mensagens trocadas entre Mann e Weinstein que mostram que ambos tinham "uma relação carinhosa".
"O contacto contínuo [com o agressor ]é a norma", disse Ziv. "Esse contacto pode variar de mensagens de texto a um relacionamento contínuo", acrescentou.
Weinstein fez anotações num bloco e bateu com os dedos numa mesa enquanto ouvia o depoimento de Liv.
A psiquiatra afirmou que as vítimas muitas vezes permanecem caladas sobre um ataque porque têm algum carinho pelo agressor. O autor da agressão também pode ter o poder de arruinar a sua carreira e outros relacionamentos, acrescentou.
"Posso lidar com esse trauma, mas Deus me livre de que isso arruíne a minha vida e me faça incapaz de seguir em frente", pensam as vítimas às vezes, segundo a psiquiatra.
O advogado de defesa Damon Cheronis perguntou a Ziv se há mulheres que relatam um encontro sexual consensual como violação anos depois, "por vergonha". "Tudo é possível. Mas não é comum", respondeu.
Mais de 80 mulheres, incluindo as atrizes Salma Hayek e Angelina Jolie, denunciaram Weinstein por assédio, agressão sexual ou violação desde o surgimento do escândalo sobre seus alegados abusos em outubro de 2017.
O ator Bill Cosby foi condenado em setembro de 2018 a três anos de prisão por drogar e agredir sexualmente uma mulher há 15 anos.
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