A peça apresenta um mundo em que os seres humanos são sujeitos a uma série de experiências cruéis a fim de testar os limites do amor.

Graham, Rod, Carl, Grace, Robin, Mulher e Tinker são as personagens da trama na qual, sob o olhar sádico e controlador de Tinker, os homens se transformam em cobaias embora o amor acabe por sobreviver ainda que de forma precária.

“Purificados” - a quinta peça da dramaturga inglesa nascida em 1971 e que morreu em 1999, com 28 anos, a apresentar nos Artistas Unidos (AU) – é uma produção da Palco 13, com encenação de Gonçalo Carvalho, cocriador desta estrutura com o ator e encenador Marco Medeiros, entre outros.

Para o encenador, “Purificados” é “um grito anti-sociedade” de Sarah Kane na qual as vozes que a dramaturga escreveu “são as vozes do mundo que a julga e a julgou”.

Estreada em abril de 2018 no auditório Fernando Lopes-Graça, no Parque Palmela, em Cascais, a peça sobe agora ao palco da companhia dirigida por Jorge Silva Melo a convite dos Artistas Unidos, acrescentou Gonçalo Carvalho à agência Lusa.

Com tradução de Maria João da Rocha Afonso, interpretam Alexandre Carvalho, Érica Rodrigues, Joana Jorge, João Cachola, João Jesus, Luís Barros e Romeu Vala.

A peça tem música original de Gil Amado, cenário da Palco 13, figurinos de Rita Tristão da Silva e luz de Gonçalo Carvalho.

Com o curso de interpretação da Escola Profissional de Teatro de Cascais, Gonçalo Carvalho trabalhou no Teatro Experimental de Cascais, dirigido por Carlos Avilez, tendo também participado em peças dos AU, a última das quais “Do Alto da Ponte”, de Arthur Miller, em 2018.

No Teatro da Politécnica, a peça vai estar em cena até dia 18, com espetáculos às terças e quartas, às 19:00, às quintas e sextas, às 21:00, e aos sábados, às 16:00 e às 21:00.

Filha de pais jornalistas, Sarah Kane estudou teatro na Universidade de Bristol, no Reino Unido, tendo-se especializado nesta arte na Universidade de Birmingham.

“Ruínas”, uma produção estudantil de 1995, “O amor de Fedra” (1996), ”Purificados” e “Falta” (1998) e “4:48 Psicose” (1999) – esta última estreada já após a morte da autora - são as peças da autora que tem a dramaturgia publicada em Portugal, no volume “Teatro Completo”, editado pela Campo das Letras.

O agente teatral inglês Mel Kenyon encantou-se com a primeira peça escrita pela dramaturga, tornando-se o seu agente e levando as suas peças à cena no Royal Course Theatre, em Londres, onde, em 1995 e 1998, estrearam “Ruínas” e “Purificados”, encenadas por James Macdonald.

Em Portugal, “Purificados” estreou-se no Teatro Helena Sá e Costa, no Porto, em 2002. Foi encenada por Nuno M. Cardoso e coproduzida pela companhia Ao Cabo Teatro, aquele teatro do Porto e pelo Teatro Nacional D. Maria II.

“Ruínas” e “Falta”, com encenação de Jorge Silva Melo, foram as primeiras peças da dramaturga inglesa levadas à cena pelos AU, em 2000 e 2001, respetivamente, no Teatro Paulo Claro/A Capital, em Lisboa.

No mesmo teatro, em 2002, os AU apresentaram “4:48 Psicose”, numa encenação de João Fiadeiro, e, em 2004, “O amor de Fedra”, num trabalho dirigido por Jorge Silva Melo e Pedro Marques e representado no Teatro Taborda e Centro Cultural de Belém, num ciclo que o CCB dedicou à dramaturga inglesa.

Sarah Kane sofria de depressão, tendo sido internada, por duas vezes, em hospitais psiquiátricos. A última e aquela que é considerada a sua peça mais radical foi escrita durante um internamento. A peça estreou-se, em 2000, no Royal Court Jerwood Theatre Upstairs, em Londres, encenada também por James Macdonald.

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