“A decisão do júri baseou-se na qualidade da escrita e na informação histórica carreada para a ficção” na obra premiada, refere a ata da reunião no Museu Ferreira de Castro, em Sintra, a que a Lusa teve acesso.

Além de distinguir “Regresso a Kionga”, por unanimidade, o júri entendeu ainda propor a atribuição de menções honrosas às obras “A que Horas Bate?”, de Judite Fernandes, “Gilvaz, o Homem das Cicatrizes”, de José Cipriano Catarino, e “Os Mortos não Sentem Frio”, de Luís Pimentel.

O júri, composto por Annabela Rita, em representação da Associação Portuguesa de Escritores, Ernesto Rodrigues, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, e Ricardo António Alves, designado pela câmara, avaliou 44 obras de autores de várias nacionalidades de língua portuguesa.

O prémio de ficção narrativa (romance, novela e conto) tem como objetivo “estimular a criação literária e homenagear o grande romancista e autor cosmopolita, que escolheu a vila para escrever uma significativa parte da obra e à qual legou o seu espólio”, notou a autarquia.

O autor de “A Selva”, que nasceu em 1898 em Oliveira de Azeméis, morreu em 1974 e encontra-se sepultado na serra de Sintra, no caminho para o Castelo dos Mouros, como foi seu desejo, não muito longe do Museu Ferreira de Castro, na vila, onde se encontra exposta a sua obra.

O Prémio Literário Ferreira de Castro – Ficção Narrativa distinguiu em anteriores edições “Elogio da Infertilidade”, de Cláudia Andrade Fernandes, “Leilão de Pensamentos”, de Pedro Ludgero, “A Noite dos Caranguejos”, de Ascêncio de Freitas ou “A Siberiana”, de Rui da Costa Lopes.

Além do prémio pecuniário de cinco mil euros, a obra “Regresso a Kionga” terá uma primeira edição pela Câmara de Sintra, de 1.000 exemplares.