"O feminismo não é minha praia. Gosto de homens", declarou Brigitte Bardot esta segunda-feira, no excerto de uma entrevista à BFMTV, a sua primeira em televisão em 11 anos, na qual defendeu os atores Gérard Depardieu e Nicolas Bedos, implicados em casos de agressão sexual.

A antiga estrela de cinema francesa, afastada dos sets de rodagem há mais de 50 anos, acredita que "aqueles com talento que agarram no traseiro de uma miúda são relegados para o fundo do poço".

"Poderíamos pelo menos deixá-los continuar a viver. Já não conseguem viver", argumentou Bardot, entrevistada na sexta-feira à tarde na sua casa em Saint-Tropez, no sul da França. A versão editada, com 45 minutos, será exibida esta segunda-feira às 21h00 na França.

Ao ouvir que a justiça deve fazer o seu trabalho, comentou: "Depois do que lhes aconteceu, não encontrarão muito trabalho."

Esta não é a primeira vez que a ex-estrela de 90 anos assume uma postura antifeminista. Após o caso do antigo produgtor Harvey Weinstein e o movimento #MeToo em 2018, ela criticou a onda de acusações de assédio por parte de atrizes, considerando-as "hipócritas, ridículas e sem sentido".

Nicolas Bedos a caminho do julgamento em setembro de 2024

Conhecido por filmes como "Monsieur & Madame Adelman" (2017), "A Belle Époque" (2019) e "OSS 117: De África Com Amor" (2021), o ator e realizador Nicolas Bedos foi condenado em outubro a um ano de prisão, seis meses dos quais suspensos, por agressões sexuais contra duas mulheres em 2023.

Veredicto sobre acusações de agressão sexual contra Depardieu será anunciado na terça-feira
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Gérard Depardieu é acusado de agredir sexualmente duas mulheres durante a rodagem de um filme. A sentença está marcada para terça-feira, 13 de maio, o dia de abertura do Festival de Cannes.

No final de março, o Ministério Público solicitou 18 meses de pena suspensa, considerando que as agressões relatadas pelas duas mulheres foram de facto "intencionais".

Nos últimos anos, a figura lendária do cinema francês foi acusada de agressão sexual por cerca de 20 mulheres, mas vários casos foram arquivados devido à prescrição.

A atriz francesa Charlotte Arnould apresentou uma queixa por violação em 2018. O Ministério Público de Paris solicitou um julgamento contra o ator.