O júri do Prémio destacou em Ford o seu caráter de narrador profundamente contemporâneo e de grande cronista “do mosaico de histórias cruzadas que é a sociedade norte-americana”.

Richard Ford nasceu em Jackson, uma cidade do Estado norte-americano do Mississipi, em 1944, e é o único escritor que conseguiu ser distinguido pelos prestigiados prémios Pulitzer e Faulkner pela mesma obra, “O Dia da Independência”, publicada em 1995.

Filho de um comerciante e de uma camponesa, Ford começou a trabalhar para a revista Inside Sports, uma atividade que lhe permitiu escrever em 1986 “O Jornalista Desportivo”, a obra que o consagrou como escritor e que a revista Time elegeu como uma das cinco melhores do ano.

O júri considerou que a obra de Richard Ford se inscreve na grande tradição da novela norte-americana do século XX e recorre a uma épica “irónica e minimalista” para definir as suas personagens, enredos e argumentos.

“A forma minuciosa das descrições, o olhar sombrio e denso sobre a vida quotidiana de seres anónimos e invisíveis, conjugam a desolação e a emoção das suas histórias”, considera ainda o júri.

Os vencedores das oito categorias do Prémio Princesa de Astúrias receberão 50 mil euros e uma reprodução de uma escultura de Joan Miró numa cerimónia, em outubro, no Teatro Campoamor (Oviedo), presidida pelos reis de Espanha.

Na presente edição já foram distinguidos a atriz Núria Espert (Artes), o fotojornalista norte-americano Nachtwey (Comunicação e Humanidades), a historiadora britânica Mary Beard (Ciências Sociais), o biofísico norte-americano Hugh Herr (Investigação) e o atleta de triatlo Javier Gómez Noya (Deporto).