"Estamos todos a ver com muita ansiedade, estamos muito preocupados, e sabemos que esta é uma guerra entre a democracia liberal e o totalitarismo. Claro que estamos a torcer pela democracia liberal", afirmou a autora, à margem da cerimónia em que foi agraciada com um doutoramento Honoris Causa pela Universidade do Porto (UP).

Já depois da sessão de cumprimentos, quando questionada acerca das consequências da guerra para as mulheres e crianças ucranianas, e se o acontecimento bélico a inspirava para uma nova obra, Atwood disse acreditar que "as estórias serão escritas pelo povo ucraniano".

"É uma guerra muito má. O resultado para já foi inesperado, a Ucrânia tem estado muito bem, e eu sigo-a todos os dias", concluiu, falando no átrio da Reitoria da UP.

Desde o início do conflito, Margaret Atwood tem publicado, na sua página no Twitter, várias notícias sobre a guerra que decorre na Ucrânia.

Sobre a sua presença em Portugal, a autora disse ainda que "as mulheres portuguesas são muito capazes de escrever os seus próprios livros".

Margaret Atwood agradeceu hoje à Universidade do Porto (UP) a "memória maravilhosa" de receber um doutoramento Honoris Causa da institução, sendo a centésima pessoa agraciada com a distinção da academia portuense.

"Muito obrigada à Universidade do Porto por este doutoramento", disse, em português, numa curta declaração de agradecimento, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto.

Margaret Atwood soma alguns dos mais importantes prémios literários internacionais, com destaque para o Booker Prize, em 2000 e 2019 (Reino Unido), o Prémio Príncipe das Astúrias para a Literatura, em 2008 (Espanha), o Arthur C. Clarke Award (Reino Unido), o Prémio Mondello (Itália), o Prémio Giller (Canadá), o Franz Kafka Prize (República Checa) e o PEN Center USA (EUA).

A escritora de 82 anos vai estar no sábado, no Teatro São Luiz, em Lisboa, à conversa com Manguel, no âmbito do programa “Mais um dia”.