A Assembleia da República aprovou hoje (26), por unanimidade, um voto de pesar pela morte do artista Artur do Cruzeiro Seixas, recordando o “traço de um dos últimos surrealistas” e “decano dos artistas portugueses”.
O voto de pesar, apresentado pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, foi aprovado por unanimidade em sessão plenária.
No texto que homenageia o artista, Cruzeiro Seixas é recordado como “decano dos artistas portugueses e um dos últimos surrealistas, movimento que integrou com Mário de Cesariny, Carlos Calvet ou Marcelino Vespeira, e a que foi fiel, na arte e na vida, até ao último dos seus dias”.
“O seu desaparecimento – sem dúvidas, um dos artistas que mais marcaram a evolução da arte contemporânea em Portugal – constitui uma enorme perda para o nosso País e para as artes a nível internacional, ou não fosse o traço de Cruzeiro Seixas o traço de um dos últimos surrealistas vivos”, sublinha o voto.
O artista Artur Cruzeiro Seixas morreu no passado dia 8 de novembro, aos 99 anos, no Hospital Santa Maria, em Lisboa. Foi um dos nomes fundamentais do Surrealismo em Portugal e autor de um vasto trabalho no campo do desenho e pintura, mas também na poesia, escultura e objetos/escultura.
Cruzeiro Seixas, cuja obra está representada em coleções como as do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Cupertino de Miranda, faria 100 anos a 03 de dezembro.
Foi também aprovado por unanimidade um outro voto de pesar apresentado por Ferro Rodrigues, de homenagem pelo “multifacetado jornalista” Artur Portela Filho, vítima da pandemia da covid-19, aos 83 anos.
“Nascido no seio de uma família de escritores, pintores e jornalistas, e filho do histórico jornalista Artur Portela, de quem herdou o nome, Artur Portela Filho foi um multifacetado jornalista, aliando os dotes da escrita aos da investigação, numa longa carreira”, recorda o texto apresentado.
Jornalista, escritor, publicitário, investigador, com formação em História, Artur Portela nasceu em 1937 numa família de escritores e jornalistas; herdou do pai o nome, mas assinava Artur Portela Filho.
Fundou e dirigiu nos anos 1970 o Jornal Novo e depois o semanário Opção, passou pela redação de vários meios de comunicação, como Diário de Lisboa, A Capital, TSF e RTP.
Artur Portela Filho publicou vários volumes de crónicas, sempre de observação atenta à atualidade política e social, nomeadamente "A Feira das Vaidades" e "A funda", que ainda afrontaram o regime do Estado Novo.
Comentários