Sting foi o protagonista do último dia do MEO Marés Vivas, este domingo. O cantor britânico passeou pelos temas mais marcantes da sua carreira a solo e surpreendeu o público com uma pequena viagem pelos sucessos dos The Police, a sua antiga banda - apesar do alinhamento não ser difícil de prever, mostrou-se consistente e o público acolheu esse conforto com braços abertos.

A Praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia, encheu-se para ver o músico inglês - quem não conseguiu bilhete para o festival ficou na rua (de pedra e cal) a ouvir os ecos do concerto. Os cinquentões e sessentões, que acompanham Sting desde o início a carreira, vibraram, mas os mais novos - que provavelmente conheceram as canções através dos pais -, também entraram na festa que arrancou com "Synchronicity I".

À quarta investida, Sting ofereceu com pujança "Englishman in New York", acendendo o rastilho para o resto da noite, carimbou o primeiro grande momento de comunhão com a multidão. Os versos "Oh, I'm an alien, I'm a legal alien/ I'm an Englishman in New York" foram cantados por todos da melhor forma possível, fazendo muitos corações saltitar ao ritmo da canção de 1987.

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Depois de "Englishman in New York", Sting provou que continua em boa forma, com um desfile enérgico de êxitos que ainda estão na ponta da língua dos festivaleiros, especialmente dos mais velhos. "Shape of My Heart" - tema que ficou de fora do alinhamento do concerto no Super Bock Super Rock, em 2015 - também vincou um grande momento de comunhão entre o britânico e as 25 mil pessoas.

Em palco, Sting contou com a ajuda do seu filho, Joe Sumner, que atuou ao início da noite na Praia do Cabedelo.

O clímax da viagem aos tempos dos The Police chegou, quase na despedida, com "Every Breath You Take", levando muitos espectadores a momentos que vale a pena recordar - mais uma vez, a química entre o músico e o público destacou-se. "Spirits in The Material World", "Roxanne" e "Message in a Bottle" também ajudaram à festa e despertaram as reações mais efusivas.

Antes do adeus, o ex-Police teve ainda tempo para embarcar numa versão de "Ain't No Sunshine", tema de Bill Withers que foi entoado pelos milhares de fãs.

Durante quase uma hora e meia, Sting  provou que continua a ser um caso sério por cá, protagonizando um dos concertos mais marcantes da edição de 2017 do MEO Marés Vivas - a culpa foi de uma mão cheia de clássicos e da dedicação do músico, que se entregou totalmente durante todo o concerto em que provou que é inegavelmente um artista bem oleado para este tipo de palcos.

O início do fim

Joe Sumner, filho de Sting, deu o pontapé de saída no último dia do MEO Marés Vivas. Durante 45 minutos, o músico deu-se a conhecer ao público, apresentando os temas da sua carreira a solo.

O concerto à hora do pôr do sol não chegou para animar os festivaleiros que aproveitaram para jantar antes da atuação do cabeça de cartaz - é certo que Sumner ainda tem muito para aprender com o pai, mas a falta de sucessos radiofónicos não ajuda também.

Festa à portuguesa com Miguel Aráujo

A noite só começou a aquecer depois das 21h30, com Miguel Araújo. O músico português serviu um alinhamento composto por temas que toda a gente conhece.

Miguel Araújo

"Readers Digest", "Dona Laura", "Será Amor" e "Anda comigo ver os Aviões" foram alguns dos mais celebrados pelo público. Mas o ponto alto do concerto chegou mesmo no fim e deu-se ao som de "Os Maridos das Outras", com as 25 mil pessoas que esgotaram o último dia do MEO Marés Vivas a cantar a canção de uma ponta à outra e sempre a bater palmas no ritmo certo.

O cantor convidou ainda a multidão a dançar uma "valsinha" ao som de "Pica do Sete", de António Zambujo. Os espectadores aceitaram o desafio e cantarolaram os versos do tema a uma só voz.

Durante 50 minutos, Miguel Araújo, sempre acompanhado pelo seu cavaquinho e pela sua banda, apresentou um alinhamento certeiro e fez uma verdadeira festa à portuguesa no palco principal do MEO Marés Vivas.

Veja na galeria as imagens de ambiente:

O adeus ao Cabedelo com Seu Jorge

Seu Jorge teve a missão de fechar a edição de 2017 do MEO Marés Vivas. O músico brasileiro, que também passou pelo festival Super Bock Super Rock este fim de semana, recordou em Vila Nova de Gaia os vários êxitos com que conquistou o público português.

Do Brasil, um dos cantores, compositores e multi-instrumentistas que mais aplausos tem recolhido ao longo dos últimos anos chegou à Praia do Cabedelo ao som de "Burguesinha". E assim conquistou de imediato o público.

O músico do Rio de Janeiro embalou alguns dos festivaleiros com um alinhamento repleto de sucessos, como "Carolina", "Mais Uma Vez (Nós Dois)" ou "Solidarité". Além dos originais, Seu Jorge recordou ainda David Bowie com a sua versão de "Life on Mars" e viajou por temas que marcam a história da MPB.

"É isso aí", versão brasileira do tema "The Blower’s Daughter", gravada por Seu Jorge e Ana Carolina para o álbum ao vivo “Ana & Jorge”, foi um dos triunfos da noite. Mas foi com "Amiga da Minha Mulher" que o brasileiro conseguiu uma maior ovação.

No concerto no MEO Marés Vivas, Seu Jorge provou mais uma vez que está habituado aos palcos dos festivais.

Scorpions, Bastille, Agir, Tom Chaplin, Diogo Piçarra, Sting, Seu Jorge e Amor Electro foram alguns dos artistas que marcaram presença no MEO Marés Vivas. O festival regressa em 2018, no fim de semana de 20 julho, em local a anunciar.