A maioria das estrelas do mundo do entretenimento continua em estado de depressão após a vitória de Donald Trump sobre Hillary Clinton nas disputadas eleições para a presidência dos EUA.

A princesa do pop Katy Perry, cujo número de seguidores no Twitter (94 milhões) é superior à população da maioria dos países da Europa, convocou: "Não fique parado, não chore, mexa-se. Não somos uma nação que se deixará guiar pelo ódio".

Lady Gaga, que cantou no encerramento da campanha de Clinton na segunda-feira, protestou na quarta no passeo à frente da Trump Tower em Manhattan com um cartaz com a frase "Love Trumps Hate" [O Amor Supera o Ódio].

Por sua vez, Jennifer Lawrence disse que não tinha palavras de consolo para as mulheres que concluíram que não poderão partir o 'telhado de vidro' que lhes permitiria chegar ao poder.

'Não sei o que diria à minha filha, só que tenha esperança, que trabalhe no futuro', escreveu num canal dirigido às mulheres.

Miley Cyrus começou a chorar num vídeo publicado no Twitter no qual dizia: 'Donald Trump, aceito-te e dói-me dizer isto, mas até te aceito como presidente dos Estados Unidos'.

Vingança

Atores, realizadores e executivos dos estúdios doaram 22 milhões de dólares à campanha de Hillary Clinton na corrida rumo à Casa Branca, muito acima dos 300 mil doados a Trump.

Ainda a digerir a notícia, as estrelas analisam as implicações de um governo Trump na indústria do cinema desde que a candidata do Partido Democrata admitiu a derrota nas eleições.

Rich Greenfield, um analista de meios de comunicação da empresa BTIG Research, escreveu num blogue que Trump pode procurar vingar-se contra Hollywood e que 'há um risco não quantificável para o setor'.

'Donald J. Trump era um candidato imprevisível, veremos se aplica o mesmo princípio em sua presidência', explicou.

Chris Evans, J.K. Rowling, Amanda Seyfried, Kristen Bell, Cher, Ariana Grande, Seth MacFarlane e Rashida Jones estão entre as estrelas que desabafaram nas redes sociais.

Trump teve apoio de um pequeno número de apoiantes, como Kirstie Alley, Azealia Banks, Hulk Hogan, Stephen Baldwin e Roseanne Barr.

Tom sombrio

Jeff Bock, um analista da empresa Exhibitor Relations, preferiu ver o copo meio cheio ao destacar que Alec Baldwin pode renovar o seu contrato para encarnar Trump no programa de variedades "Saturday Night Live".

'Além disso, os homens brancos com peruca reassumirão o papel que lhes cabe de vilão nos filmes de ação. Por enquanto, não serão as minorias ou os robôs os maus', disse à AFP, afirmando que os documentários também devem aumentar.

Os apresentadores de programas noturnos partilharam um tom sombrio desde as eleições, com Stephen Colbert, Trevor Noah e Samantha Bee a enviarem mensagens sérias e contexto histórico no meio do seu humor.

Robert De Niro, que apareceu na quarta-feira no programa de Jimmy Kimmel, tinha dito no passado num vídeo que se tornou viral que queria dar um soco no então candidato, descrito por ele como um 'tarado'.

'Não posso fazer isso agora, é o presidente', disse o ator a Kimmel. 'Tenho respeito pelo cargo, temos que ver o que vai fazer e como realmente alcançará certas coisas', admitiu.